Refúgio Poético – Cartas dos Leitores –
Teste de Xadrez
O jardim
António Ramos
Rosa
Portugal– 1924/2013
Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas,
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.
Geometria que respira errante e ritmada,
varandas verdes, direcções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.
varandas verdes, direcções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.
Um murmúrio de omissões, um cântico do ócio.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.
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O
mal e o sofrimento
Leandro Gomes de Barros
Pombal/PB-1865/Recife/PE-1918
Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem pra pagar?
Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?
Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?
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Velório
Valdeci Ferraz
Recife/PE
Ver-me-ão
morto no caixão a sorrir
E
dirão, talvez, leve lhe foi a vida
Ou
as flores que estão a lhe cobrir
Fazem-lhe
cócegas na despedida?
Homenagens?
Eu não quero ouvir
Nem
canto, nem mesmo reza sentida.
Cubram-me
de cravos brancos e a seguir
Leiam
meus poemas na hora da partida.
E
quando à terra fria eu descer
Muitos
olhos marejados hão de ver
Meus
versos espalhados pelo mundo.
Saberão
que fui apenas um poeta
Cuja
vida sempre foi uma porta aberta
A
viver o sentimento mais profundo.
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CARTAS DOS LEITORES
Uma publicação eclética, onde a cultura
humana se mescla com temas polêmicos e instigantes. Silvana Rangel
Pereira – Rio de Janeiro/RJ
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O Humanitas é o pequeno que
satisfaz. Amo este jornalzinho. Augusto Oliveira Monteiro – Belém/PA
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Esperando que o Humanitas continue
circulando e trazendo para nosso conhecimento as verdades que a Grande Mídia
não divulga. Natália Barros Mascarenhas – Rio de Janeiro/RJ
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“Plante seu jardim e
decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores”.
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