Rafael Rocha é jornalista e editor-geral deste Humanitas. Atua no Recife/PE
João
Guimarães Rosa mineiro nascido em 27 de junho de 1908, em Cordisburgo/MG, e
falecido em 19 de novembro de 1967, no Rio de Janeiro/RJ, foi um escritor,
diplomata, novelista, romancista, contista e médico brasileiro, considerado por
muitos o maior escritor brasileiro do século XX e um dos maiores de todos os
tempos. Ele fez parte da terceira geração do modernismo, com fortes
características regionalistas.
Sua linguagem
como escritor é carregada de regionalismos, sendo que seus textos são bastantes
influenciados pela linguagem popular. Ele chegava a inventar palavras. Para
Rosa, a linguagem deveria estar relacionada à temática, para permitir que uma
deixasse a outra melhor. Toda sua escrita foi marcada pela experimentação,
buscando a recriação da linguagem, colocando o falar popular e a vida no sertão
em primeiro plano.
Quando era
estudante de medicina em Belo Horizonte, Guimarães Rosa disse, na época, a
famosa frase: “As pessoas não morrem,
ficam encantadas”. Exerceu a profissão de médico na cidade mineira de Itaguara.
Mas a dificuldade do trabalho, principalmente pela falta de estrutura da
cidade, fez com que ele largasse o posto de médico.
A carreira de
médico, porém, foi muito importante na sua literatura. Como ia visitar os
pacientes a cavalo, passou a observar os costumes do povo, a terra e o
cotidiano, começando a escrever e registrar a linguagem popular.
Rosa escreveu
seus primeiros contos no ano de 1929 para um concurso literário.
Premiado pelas
obras, teve quatro contos publicados com ilustrações na revista O Cruzeiro e ainda ganhou um
valor financeiro de cem contos de réis, nossa moeda na época.
No ano de 1933,
atua como oficial médico do 9º Batalhão de Infantaria, em Barbacena/MG.
Como o trabalho
não era tão exigente quanto o anterior, em Itaguara, o escritor pôde assim se
dedicar às letras.
Rosa também foi
um diplomata. Atuou como cônsul adjunto na Europa, inclusive na Alemanha, na
cidade de Hamburgo.
No período que
passou nessa cidade, colaborou com a fuga de judeus.
Por esse
motivo, terminou sendo - após o fim da guerra - homenageado em Israel.
No ano de 1942,
em plena Segunda Guerra Mundial, quando Getúlio Vargas, o então presidente do
Brasil, cortou relações com a Alemanha, o escritor e outros brasileiros ficaram
retidos nesse país durante quatro meses.
A libertação só
aconteceu quando foi realizada uma troca por diplomatas alemães.
Voltando ao
Brasil é nomeado secretário da Embaixada em Bogotá, Colômbia.
A seguir, teve
uma passagem por Paris, na França, também a serviço do governo.
Guimarães era
um profundo estudioso de línguas. Falava fluentemente oito idiomas e conhecia a
gramática de dezenas de outros. Toda essa erudição aliada à inventividade
resultou em novas palavras: os neologismos. Foi o escritor brasileiro que mais
cunhou palavras novas para o português na sua literatura.
Os problemas de
saúde que levaram o escritor à morte começaram em 1958. Com hábitos pouco
saudáveis, Rosa era sedentário, fumava demais e estava com excesso de peso, o
risco de doenças cardíacas era grande.
Um
dos livros que colocaram João Guimarães Rosa no rol de grandes escritores
brasileiros foi “Grande Sertão: Veredas”.
Ele ainda ganhou o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras
(ABL), pelo conjunto da obra.
Também
foi premiado pela sua coletânea de poemas denominada Magma.
Eleito
para a Academia Brasileira de Letras em 1963, só resolveu tomar posse quatro
anos depois, ocupando a cadeira de número 2 por apenas três dias, já que
faleceu logo em seguida.
No
discurso de posse, chegou a dizer: “A
gente morre para provar que viveu”.
..........................
Principais obras:
1936 – Magma;
1946 – Sagarana; 1952 - Com o vaqueiro Mariano; 1956 - Corpo de Baile: Noites do Sertão;
1956 - Grande Sertão: Veredas;
1962 - Primeiras Estórias;
1964 - Campo Geral; 1967 - Tutameia: Terceiras Estórias;
1969 - Estas Estórias
(póstumo); 1970 - Ave, Palavra
(póstumo); 2011 - Antes das Primeiras
Estórias (póstumo)
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