A migração
humana na História
Especial do Humanitas
A
migração faz
parte da história da humanidade. A maior parte dos historiadores concorda que o
estilo de vida migratório e o sedentário coexistiram em todos os períodos da
história mundial, apesar das fundações legais e administrativas da migração
moderna somente terem surgido no final do século XIX.
Mas o que vem a ser migração?
É o movimento de uma pessoa ou de inúmeras
pessoas de um país para outro através de uma fronteira política ou administrativa,
que deseja se instalar definitiva ou temporariamente em um lugar diferente de
seu lugar de origem.
Portanto, migração é um termo
amplamente utilizado para diferentes situações e períodos históricos.
Os historiadores conjeturam, por exemplo,
que algumas migrações ocorreram na pré-história, no período anterior à escrita,
graças às mudanças climáticas.
Porém, naquela época, não existiam países,
fronteiras ou controles administrativos como existem
dos dias de hoje. Assim entendido, não podemos encaixar esse tipo de migração
em uma definição de migração moderna.
Nos dias atuais, as guerras, a insegurança
na terra de origem, perseguição política e/ou religiosa, insatisfação com o
governo de seu país, esperança de encontrar melhores condições de vida em outro
local, são alguns dos fatores que provocam a migração de pessoas.
Existiu ainda um tipo de migração forçada,
como a do tráfico de escravos, que eram trazidos principalmente da África, para
trabalhar nas Américas.
Com a abolição da escravatura
na maior parte das Américas no século XIX, começou outro tipo de migração, também
relacionado ao trabalho, mas desta vez
voluntária.
Grande parte dos migrantes trabalhadores
era originária de regiões menos favorecidas da Europa, como a migração de
italianos e alemães para o Brasil.
Estes, apesar de serem contratados para
trabalhar, não recebiam condições favoráveis e o trabalho deles era muitas
vezes análogo à escravidão.
A Revolução Industrial foi uma das
principais causas da migração moderna.
As novas tecnologias e máquinas fizeram com
que muitas pessoas, principalmente nos países mais desenvolvidos, ficassem
desempregadas.
Assim, ocorreram migrações em massa para o “novo mundo”, com destaque para os EUA.
Essa nova onda migratória
fez com que os países passassem a se preocupar com a regulação da entrada dos
imigrantes.
Um dos primeiros a estabelecer critérios
para a entrada no país foi os EUA, com o Estatuto Geral da Imigração,
em 1882.
A Austrália e o Canadá logo seguiram seus
passos.
O período durante e após a Segunda Guerra
Mundial é lembrado como uma época de muitas migrações.
Devido às perseguições que atingiram
diversos grupos étnicos, o número de refugiados em outros países cresceu.
Países como os EUA, Canadá, Austrália e Argentina, tomaram medidas para
incentivar o fluxo imigratório para seus países, absorvendo força de trabalho e
aproveitando o “boom” econômico
pós-guerra.
O número de pessoas que vive em um país
diferente daquele em que nasceram se mantém relativamente constante nos últimos
anos, em cerca de 3% da população mundial.
As estatísticas da ONU revelam que, em
2015, o número de migrantes internacionais chegou a 244 milhões de pessoas, dos
quais 20 milhões eram refugiados.
A Ásia e a Europa comportam dois terços dos
migrantes internacionais, sendo que quase metade desses migrantes é originária
da Ásia. Problemas econômicos em seus países de origem, conflitos bélicos,
especialmente no Oriente Médio, são os fatores preponderantes para o aumento no
número de pedidos de refúgio e asilo.
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