segunda-feira, 27 de abril de 2015

JORNAL HUMANITAS – Nº 35 – MAIO DE 2015 - PÁGINA DOIS

EDITORIAL
Fundamentalismo religioso abraça a homofobia

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, no dia 17 de maio de 1990, que a homossexualidade não é doença, distúrbio e nem perversão. Essa classificação da homossexualidade como doença vigorou de 1948 a 1990.
No Brasil, a hipocrisia predominante nos meios religiosos tentou aprovar, no ano de 2013 um projeto denominado “Cura Gay”, visando patologizar a homossexualidade em nosso país, que hoje possui cerca de 10% de sua população classificada como homossexual. Essa bandeira idiota de “Cura Gay” foi defendida por parlamentares federais vinculados aos partidos PSDB, PSC, PP, PMDB e PRB.
O projeto foi arquivado, mas a homofobia permanece sendo defendida e utilizada bastante nos meios políticos por parlamentares da bancada evangélica que, em vez de defenderem ações ligadas ao bem-estar do povo brasileiro, atuam na base do preconceito, discriminando pessoas, amigos e familiares de homossexuais no Brasil.
Entendemos por homofobia o preconceito ou discriminação e demais violências contra pessoas em função de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero presumidas. Violências essas praticadas contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, familiares, amigos ou colegas de trabalho em função do não alinhamento destes às normas heterossexuais.
A homofobia se manifesta de diversas maneiras e em sua forma mais grave resulta em ações de violência verbal e física, podendo levar até o assassinato de gays, fato que vem acontecendo repetidamente em muitos rincões do país, com o apoio escancarado das religiões fundamentalistas organizadas e de muitos políticos ligados a essas seitas e que cultivam o ódio.
No dia 17 de maio os homossexuais e seus defensores devem se mobilizar e promover protestos contra a homofobia defendida pelos religiosos evangélicos fundamentalistas e relembrar que homossexualidade não é doença. 
Este é o momento certo para denunciar que 60% das vítimas da homofobia no Brasil são especialmente adolescentes e jovens e que 54,19% dos assassinatos acontecidos em nosso país no ano passado foram cometidos contra os gays.
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Vitória de Aécio Neves teria sido uma tragédia

Texto de Paulo Nogueira – jornalista

Texto transcrito de Portal Vermelho - www.vermelho.org.br

Os deputados do PSDB no Congresso Nacional votaram pela terceirização. Isso quer dizer o seguinte: votaram contra o povo.
Terceirização não é daquelas coisas que têm prós e contras para diferentes grupos da sociedade.
É imensamente favorável para os empresários e imensamente desfavorável para os trabalhadores.
Uma pesquisa mostra que os terceirizados trabalham três horas a mais, ganham 25% a menos e ficam 3,1 anos a menos no emprego. Que tal?
Aécio Neves na presidência significaria um amplo, total, irrestrito movimento do Brasil nesta direção antitrabalhadores.
Ele prometeu “medidas impopulares” a representantes da plutocracia no início de sua campanha – e a posição tucana na votação deu uma mostra sinistra do que seria aquilo.
Dos 46 deputados do PSDB, 45 votaram pela terceirização. (Mara Gabrili foi a exceção). Espera-se que isso seja lembrado em futuras eleições, quando os candidatos vierem com sua lengalenga social.
Comportamento oposto tiveram três partidos: PT, PSol e PCdoB. Todos os 61 deputados do PT rejeitaram o projeto.
Todos os cinco do PSol também. E apenas um deputado entre os 13 do PCdoB (Carlos Eduardo Cadoca/PE) disse sim.
Tudo isso considerado, é evidente que a presença de Dilma Rousseff na presidência da República é um contraponto ao atraso do Congresso. É presumível que ela vete o projeto.
Também é esperado que os 99% da sociedade acordem para o que está acontecendo via deputados federais: o 1%, como que insatisfeito com sua fatia abjeta de riqueza no patrimônio nacional, quer ainda mais. E colocou no Congresso, graças ao financiamento privado, deputados que estão prontos para fazer este serviço sujo.
O lado bom é que clarearam as coisas com este episódio, e os eleitores poderão fazer escolhas melhores nas eleições futuras.
Há que considerar, igualmente, o anteparo de Dilma Rousseff. Imagine Aécio Neves no Planalto. E mais Armínio Fraga na Fazenda. E mais Fernando Henrique Cardoso como conselheiro. (Que melancólico final de carreira para FHC ver, em silêncio criminoso, seu partido apoiar, maciçamente, um ataque brutal aos direitos trabalhistas). Seria uma calamidade uma vitória de Aécio Neves.
O PL da terceirização acaba com o blábláblá segundo o qual, dado o ajuste proposto por Dilma Rousseff, tanto fazia se ela ou Aécio Neves se elegessem. Seria pior com Aécio. Muito pior!

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