EDITORIAL
Fundamentalismo
religioso abraça a homofobia
A Organização
Mundial de Saúde (OMS) declarou, no dia 17 de maio de 1990, que a
homossexualidade não é doença, distúrbio e nem perversão. Essa
classificação da homossexualidade como doença vigorou de 1948 a 1990.
No Brasil, a
hipocrisia predominante nos meios religiosos tentou aprovar, no ano de 2013 um projeto
denominado “Cura Gay”, visando
patologizar a homossexualidade em nosso país, que hoje possui cerca de 10% de
sua população classificada como homossexual. Essa bandeira idiota de “Cura Gay” foi defendida por
parlamentares federais vinculados aos partidos PSDB, PSC, PP, PMDB e PRB.
O projeto
foi arquivado, mas a homofobia permanece sendo defendida e utilizada bastante
nos meios políticos por parlamentares da bancada evangélica que, em vez de
defenderem ações ligadas ao bem-estar do povo brasileiro, atuam na base do
preconceito, discriminando pessoas, amigos e familiares de homossexuais no
Brasil.
Entendemos
por homofobia o preconceito ou discriminação e demais violências contra pessoas
em função de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero presumidas.
Violências essas praticadas contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
transexuais, familiares, amigos ou colegas de trabalho em função do não
alinhamento destes às normas heterossexuais.
A homofobia
se manifesta de diversas maneiras e em sua forma mais grave resulta em ações de
violência verbal e física, podendo levar até o assassinato de gays, fato que
vem acontecendo repetidamente em muitos rincões do país, com o apoio
escancarado das religiões fundamentalistas organizadas e de muitos políticos ligados
a essas seitas e que cultivam o ódio.
No dia 17 de maio os homossexuais e
seus defensores devem se mobilizar e promover protestos contra a homofobia
defendida pelos religiosos evangélicos fundamentalistas e relembrar que
homossexualidade não é doença.
Este é o momento certo para denunciar
que 60% das vítimas da homofobia no Brasil são especialmente adolescentes e
jovens e que 54,19% dos assassinatos acontecidos em nosso país no ano passado
foram cometidos contra os gays.
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Vitória de Aécio Neves teria sido uma tragédia
Texto de Paulo Nogueira – jornalista
Texto transcrito de Portal Vermelho - www.vermelho.org.br
Os deputados
do PSDB no Congresso Nacional votaram pela terceirização. Isso quer dizer o
seguinte: votaram contra o povo.
Terceirização não é daquelas coisas que
têm prós e contras para diferentes grupos da sociedade.
É imensamente favorável para os
empresários e imensamente desfavorável para os trabalhadores.
Uma pesquisa mostra que os terceirizados
trabalham três horas a mais, ganham 25% a menos e ficam 3,1 anos a menos no
emprego. Que tal?
Aécio Neves na presidência significaria
um amplo, total, irrestrito movimento do Brasil nesta direção
antitrabalhadores.
Ele prometeu “medidas impopulares” a
representantes da plutocracia no início de sua campanha – e a posição tucana na
votação deu uma mostra sinistra do que seria aquilo.
Dos 46 deputados do PSDB, 45 votaram
pela terceirização. (Mara Gabrili foi a exceção). Espera-se que isso seja
lembrado em futuras eleições, quando os candidatos vierem com sua lengalenga
social.
Comportamento oposto tiveram três
partidos: PT, PSol e PCdoB. Todos os 61 deputados do PT rejeitaram o projeto.
Todos os cinco do PSol também. E apenas
um deputado entre os 13 do PCdoB (Carlos Eduardo Cadoca/PE) disse sim.
Tudo isso considerado, é evidente que a
presença de Dilma Rousseff na presidência da República é um contraponto ao
atraso do Congresso. É presumível que ela vete o projeto.
Também é esperado que os 99% da sociedade
acordem para o que está acontecendo via deputados federais: o 1%, como que
insatisfeito com sua fatia abjeta de riqueza no patrimônio nacional, quer ainda
mais. E colocou no Congresso, graças ao financiamento privado, deputados que
estão prontos para fazer este serviço sujo.
O lado bom é que clarearam as coisas com
este episódio, e os eleitores poderão fazer escolhas melhores nas eleições
futuras.
Há que considerar, igualmente, o
anteparo de Dilma Rousseff. Imagine Aécio Neves no Planalto. E mais Armínio
Fraga na Fazenda. E mais Fernando Henrique Cardoso como conselheiro. (Que
melancólico final de carreira para FHC ver, em silêncio criminoso, seu partido
apoiar, maciçamente, um ataque brutal aos direitos trabalhistas). Seria uma
calamidade uma vitória de Aécio Neves.
O PL
da terceirização acaba com o blábláblá segundo o qual, dado o ajuste proposto
por Dilma Rousseff, tanto fazia se ela ou Aécio Neves se elegessem. Seria pior
com Aécio. Muito pior!
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