segunda-feira, 27 de abril de 2015

JORNAL HUMANITAS Nº 35 – MAIO DE 2015 – PÁGINA 3

Refúgio Poético

Anseios
Rafael Rocha – Recife/PE
Do livro “Poemas Escolhidos”

Se eu tiver anseios de voar à lua
Terei de criar um míssil de estrelas
Alçando voo tenho de sabê-las
Para a rima não sair tão crua
Dentro da paisagem noturnal.

Sem a rima farei uma viagem
No farrapo de um velho cometa
Centelhando em busca de uma meta
Do tesouro sem ouro ou miragem
Qualquer coisa natural.

A lua poderá ser o corpo leve
Da mulher que acondicionou
Meu nome, meu sexo e meu amor
Abrindo alas à chuva e à neve
Para a paixão outonal.

De Ícaro ganharei asas modernas
À esta sede de voar na emoção
De uma nova e límpida canção
O tempo novo e as almas hodiernas
Marcam o caminho do final.

Tendo anseios de voar à noite
Com asas macias e mais leves
Da poesia dessas coisas breves
Homem estarei sempre em pernoite
No
teu corpo, minha amada casual.

Canta em mim o vício da paixão
E a máxima de quando é se entregar
Na vertigem do prazer de amar
Gosto de perder a razão
E ser eterno, único e total.
*****

Céu e oceano

 Antonio Carlos Gomes
Guarujá/SP

Os azuis se misturam no horizonte:
Não tenho passos, nem braços
para vencer o mundo.
Um dia me integrarei!
Hoje:
Quero uma choupana
Uma presença
Um olhar...
Sentir,
Apenas.
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TRIBUTO A MIGUEL ÁNGEL ASTURIAS

Miguel Ángel Asturias Rosales foi um escritor e diplomata guatemalteco. Em 1965 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz e em 1967 o Nobel de Literatura.
Homem de elevada cultura, estudou, no decorrer da década de 1920, a sociedade e a religião dos Maias, traduzindo obras sagradas dessa sociedade pré-colombiana como o Popul Vuh. Formou-se em Medicina e em Direito, liderando movimentos pela reforma universitária. Destacou-se, contudo, como Professor de Antropologia em Sorbone (Paris/França).
Como novelista e contista, sua obra está enquadrada no estilo conhecido como realismo fantástico. Na Literatura, Miguel Asturias também não se afastou de seus temas prediletos de trabalho, a mitologia indígena e os problemas da própria terra que envolvem relações colonialistas.
Embora com menor expressividade em sua obra, escreveu também libretos de óperas e textos teatrais. Sua produção é sempre marcada pela crítica social e por elementos políticos. Miguel Ángel Asturias tornou-se reconhecido internacionalmente como escritor e intelectual. Faleceu no dia 9 de junho de 1974 na cidade de Madrid, Espanha.
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CARTAS DOS LEITORES

Portugal agradece ao Humanitas a lembrança da Revolução dos Cravos. Maristela Martins Morgado – Lisboa/PT
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Parabéns ao jornalista Rafael Rocha e colaboradores, por este magnífico trabalho.  Luiz Carlos Siqueira – Brasília/DF
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O Humanitas de abril/2015 está fazendo sucesso aqui em Salvador. Pedro S. Moura - Salvador/BA
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Um pequeno e grande jornal onde a verdade mostra sua cara. Henrique Sá Orloff – Itu/SP
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Parabéns a todos os que fazem este jornal. Um grande tributo à verdade. Marta Maria Lima de Sá – Olinda/PE

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