Especial para o Humanitas
Pedro Rodrigues Arcanjo- Olinda/PE
Semelhança com o atual fundamentalismo islâmico não
é mera coincidência
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O cristianismo (através da
Igreja Católica e a sua congênere protestante) usou o “TERROR” para manter as
pessoas subjugadas.
Durante mais de mil anos,
entre os séculos V e XV, utilizando o terror como sua principal arma, os
prelados e dirigentes cristãos (católicos, protestantes e ortodoxos) conseguiram
manipular a mente dos seres humanos “(através do medo)” de tal forma,
que hoje fica muito difícil para a raça humana desacreditar, já que tudo foi
algo imposto em suas mentes através do terror.
Assim, hoje, as pessoas
que se dizem cristãs, vão às igrejas católicas, ortodoxas e aos templos
protestantes, “crendo que estão a adorar um deus de amor e de piedade”.
Na verdade, suas mentes foram manipuladas desde as mais antigas eras pelo medo
e pelo idealismo da morte.
O cristianismo idealizou a
morte, quase como numa tragicomédia, onde o senhor supremo promete um paraíso
que não existe e leva seus seguidores ao fanatismo, crendo num pai que deixa o
filho morrer numa cruz e a imaginar que ter fé é o essencial na vida.
A “fé” é, nada mais
e nada menos, que “falta de argumentos” para explicar o inexplicável da
existência e também da inexistência de deus e deuses e santos.
No ano de 1633,
por ter duvidado da teoria geocêntrica de Ptolomeu (que, diga-se de passagem,
não tinha nada de cristão), o cientista Galileo Galilei é obrigado a se
retratar. Caso não fizesse isso, seria levado à câmara de tortura. As obras de
Galileo já tinham sido postas no Índex em 1616.
Apesar de ter-se retratado, ele passou o resto de sua
vida confinado em sua casa, numa espécie de prisão domiciliar. Sua reputação de
grande pensador e de cientista evitou consequências mais graves para sua vida.
No ano de 1992, a sua memória é reabilitada,
parcialmente, pelo papa João Paulo II, após uma pequena revisão de todo o
processo.
As igrejas (católica e protestante) gostam
de levar os seres humanos a crer que não ocorreram guerras religiosas e que
todas as guerras têm apenas teor político.
Mas religião é algo muito complicado. Todas
as guerras que aconteceram no mundo têm mais conteúdo religioso do que
político, apesar de muitos historiadores devidamente manipulados, gostarem de
dizer o contrário.
Na guerra dos 30 anos (1618 a 1648), os reis
católicos de Habsburgos forçaram a
conversão dos seus súditos protestantes da Boêmia, iniciando a maior guerra
religiosa que o continente europeu tinha conhecido.
A Reforma
Protestante e a invasão turca da Europa Oriental obrigaram os ramos dos
Habsburgos a juntarem forças para preservar o estado europeu. Por causa dessa
guerra, a população da Alemanha é reduzida à metade e numerosas cidades
são devastadas. As igrejas tentaram mostrar que se tratava de um conflito
político.
No ano de 1776, em pleno século das luzes,
um jovem de 19 anos, o cavalheiro francês Jean-François de La Barre passa “a vinte
passos duma procissão católica, sem tirar o chapéu”.
É preso, torturado e, finalmente, depois de
ter a sua língua cortada, seu corpo é colocado sobre uma fogueira e queimado
junto com um exemplar do “Dicionário
Filosófico de Voltaire”, diante de uma multidão fanática e
entusiasmada.
Immanuel
Kant (1724-1804), professor de Filosofia na Universidade de Konigsberg e
estrela internacional da filosofia moderna, no ano de 1793, depois da
publicação da sua “Crítica da Razão
Pura”, publica o tomo “A
religião nos limites da Razão”, onde coloca as doutrinas cristãs à
prova do raciocínio e do “imperativo categórico”.
Isso
acende a ira dos piedosos reis da Prússia, que empurrados pelos prelados
protestantes intervém, obrigando Kant a se retratar em público, sob pena de
perder, imediatamente, seu posto de mestre na Universidade de Konigsberg. Como
no caso de Galileu, a fama internacional de Kant o salva de consequências mais
severas.
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