segunda-feira, 29 de maio de 2017

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA OITO

OS POEMAS DE AMOR DE UM CHILENO E A BELEZA DE UMA MUSA DO CINEMA
(Texto de Rafael Rocha)

Algumas pessoas apregoam que é fácil escrever. Basta começar com uma letra maiúscula, colocar ideias no meio e terminar com um ponto final. Só que a maioria das pessoas não tem noção de suas ideias e muito menos de como é ser poeta.
Tal como foi o chileno Pablo Neruda, prêmio Nobel de Literatura em 1971, que traz poesias escritas do tamanho de todos os seres humanos que possam se emocionar ao lê-las, como em “Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada”, livro lançado há 93 anos, no dia 15 de junho de 1924.
E Marilyn Monroe, musa do cinema ianque, nascida no dia 1º de junho de 1926, tornou-se um dos “sex symbols” mais populares da década de 1950, época emblemática em relação às atitudes envolvendo sexualidade.  Completaria 91 anos hoje se ainda fosse viva.
A mistura dos poemas de amor do grande Pablo Neruda com a imagem da bela Marilyn Monroe é um tributo deste HUMANITAS a tudo que a humanidade oferece como estimulante ao cérebro humano (a poesia) e como colírio aos olhos (a beleza de uma mulher).
Pablo Neruda, seus “20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada”, e Marilyn Monroe são os dois seres humanos que ganharam vida e espaço dentro deste mês chamado junho.
Trinta dias dedicados à deusa “Juno”, a Grande Mãe. Na mitologia romana, Juno” é a rainha dos deuses, sendo representada pelo pavão, sua ave favorita. Sua equivalente na mitologia grega é “Hera”.
Pablo Neruda cantava em versos a vida e o amor, como neste trecho do “Poema 20”: “Porque em noites como esta eu a tive nos meus braços / minha alma se exaspera por havê-la perdido// Mesmo que seja esta a última dor que ela me causa / e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo”. Ou neste trecho daCanção Desesperada”: “Aparece tua recordação dentro da noite em que estou/ O rio junta ao mar seu lamento obstinado / Abandonado como o impulso das auroras / É a hora de partir, oh abandonado!”
Marilyn Monroe possuía o dom de saber flertar com as pessoas e ironizar o mundo: “Se eu tivesse cumprido todas as regras, eu nunca teria chegado a lugar algum. A imperfeição é bela. A loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo do que absolutamente chato. Mulheres comportadas raramente fazem história”.
Sem mais a explicar ou criar ou evoluir em textos, que os leitores olhem, leiam, julguem. Neruda tem livros para serem lidos. Marilyn tem filmes para serem vistos. E fazem parte da história humana.

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA SETE

MERITOCRACIA E DESIGUALDADE
Paulo Alexandre é mestre  em História. Mora e ensina no Recife/PE

Mérito significa merecimento. Merecimento é obter a condição de receber algo negativo ou positivo em função daquilo que se fez. Meritocracia seria então um sistema de reconhecimento das conquistas advindas dos méritos devidos a quem empreendeu meios para conquistar determinada condição ou posição.
Mas e se as condições para obtenção dos méritos forem diferentes entre as pessoas haverá meritocracia? Essa questão é bastante discutida quando abordamos políticas compensatórias como cotas e meios que favorecem competidores que disputam em situação de desvantagem.
No Reino Unido, recentemente, este debate tem tido atenção sobretudo após manifestação de Justine Greening, que comanda o ministério da educação da composição entre Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales.
A ministra disse que na terra da Rainha estudantes medíocres de famílias ricas têm mais chances e melhores posições e rendimentos que estudantes pobres brilhantes, ou seja, as origens e as condições diferenciadas são mais determinantes que a capacidade como fatores de sucesso para o futuro dos jovens.
O brilhantismo de um estudante pobre pode ser ofuscado por conta das condições de seu desenvolvimento no sistema educacional e das restrições na progressão de seus estudos, já que nas famílias mais abonadas as possibilidades de chegar aos mais elevados níveis de formação são comparativamente melhores.
Mesmo entre os pobres que conseguem ingressar nas universidades as diferenças posteriores existem, já que possuem rendas inferiores aos seus concorrentes de origens mais abastadas. A ministra apontou que os pobres que progrediram nos estudos ainda ganham em média £ 2.200 a menos, anualmente, que os concorrentes mais abonados com o mesmo nível de formação e até na mesma profissão e com o mesmo tempo de experiência. Então a desigualdade no processo educacional acaba combinando com a desigualdade de origem social.
Isso faz com que os membros do Reino Unido amarguem a incômoda posição de estarem entre os piores países da Europa em condições de promoção de ascensão social, situação que fez acender um preocupante sinal de alerta para o governo constituído após o processo que ficou conhecido como Brexit, que implicou na problemática saída do Reino Unido da União Europeia.
Meritocracia é uma ilusão para a maioria dos britânicos, pois a maioria da população acredita que merecimento não é um fator levado em consideração por lá, já que fatores como origens sociais são determinantes para o futuro profissional das pessoas, associados a uma também desigual educação.
Para o britânico, meritocracia é reconhecer a qualidade de quem vem de baixo e o governo sinaliza uma intervenção nas políticas educacionais para reduzir esse problema. Tudo para ampliar a instrução e o acesso ao ensino superior para os mais pobres.
Enquanto isso, aqui no Brasil, com disparidades sociais muito mais intensas do que as verificadas no Reino Unido, o discurso em torno da meritocracia tem um direcionamento diferente.
É empreendido justamente para questionar políticas compensatórias que se propuseram a servir de – pelo menos – instrumentos paliativos para lidar com um colossal fosso de desigualdades de condições nos sistemas educacionais que atendem aos mais ricos e aos mais pobres.
Os que já possuem vantagens na disputa por espaços defendem o mérito dos resultados frios dos cálculos de notas como meios exclusivos de definição de critério de acesso ao ensino superior nas universidades públicas.
Assim, perpetuam uma situação que historicamente restringe a presença dos menos favorecidos no espaço acadêmico.
A inversão meritocrática brasileira é o oposto da defesa de mérito, é apenas a tentativa de preservação de privilégios e a garantia de vantagens de quem já tem vantagens, desconsiderando o reconhecimento de quem disputa sem os mesmos meios. Por isso as cotas geraram – e ainda geram – tantas polêmicas entre nós.

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA SEIS

A FILOSOFIA DE UM HOMEM CHAMADO CRISTO
Décio Schroeter é escritor e colaborador do Humanitas.  Mora e atua em Porto Alegre/RS

Milhões de pessoas asseguram que a filosofia de Cristo é perfeita e que ele foi o homem mais sábio que já pregou. Assim, vejamos:
“Não resistas ao mal. Se atingido numa face, oferece a outra”.
Há alguma sabedoria, alguma filosofia nisso?
Cristo retira da bondade, da virtude e da verdade, o direito à autodefesa.
O vício se torna dono do mundo, e o bom se torna vítima do infame.
Para ele, nenhum homem tem direito à autodefesa, e de defender sua propriedade, sua esposa e filhos. Governar se torna impossível e o mundo está à mercê dos criminosos. Há algo mais absurdo que isso?
“Ama teus inimigos”.
É possível isso? Será que qualquer ser humano já amou o seu inimigo?
Será que Cristo amou os seus inimigos quando ele os denunciou como hipócritas e víboras?
Não podemos amar aqueles que nos odeiam. Ódio no coração dos outros não semeia amor nos nossos. Não resistir à maldade é absurdo; amar nossos inimigos é impossível.
“Não te preocupes com o sofrimento”.
A ideia é de que Deus toma conta de nós como ele tomava conta dos pardais e dos lírios.
Será que há um menor sentido nessa crença?
Só um louco seguiria esse conselho.
“Não penses que vim trazer a paz para a terra. Não vim para trazer a paz, mas uma espada. Porque eu vim para colocar um homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe".
Se isso é verdade, como o mundo seria melhor se Cristo ficasse fora.
É possível que aquele que disse "Não resistas a ofensas", veio trazendo uma espada?
Aquele que disse "Ama teus inimigos" veio para destruir a paz no mundo? Colocar pai contra filho, e filha contra mãe? Que gloriosa missão!
Ele trouxe uma espada e ela foi molhada por milhares de anos com sangue de inocentes. Em milhares de corações ele semeou a semente do ódio e da vingança. Ele dividiu nações e famílias, apagou a luz da razão, petrificou os corações dos homens.
“E cada um que tenha abandonado sua casa, seus amigos, suas irmãs, ou pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, ou países, em meu nome, receberá cem vezes, e herdará a vida eterna”.
Então? Cristo é um exemplo a ser seguido?
Ele nunca disse uma palavra a favor da educação. Ele nem sequer insinuou nada sobre a ciência. Ele nunca defendeu a indústria, economia e fez qualquer esforço para melhorar nossas condições neste mundo. Ele era inimigo do bem-sucedido e do rico.
Jesus de Nazaré ou Belém nunca se importou com escultura, pintura, música e nenhuma arte. Nunca disse nada sobre obrigações de uma nação para outra nação. Nada sobre os direitos do homem; nada sobre liberdade intelectual ou liberdade de expressão.
Não disse coisa alguma sobre a santidade do lar; nenhuma palavra a favor do casamento, em honra da maternidade.
Ele nunca casou. Vagava sem lar, de lugar em lugar, com uns poucos discípulos. Nenhum parecia engajado em qualquer trabalho que fosse útil e pareciam viver de esmolas.
Todas as ligações humanas eram vistas com desprezo.
Este mundo era sacrificado em favor de um próximo. Todos os esforços humanos eram desencorajados. Nessa filosofia, Deus ajudaria e protegeria.
Por fim, no crepúsculo da vida, Cristo, reconhecendo que se enganara, teria chorado e dito: "Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonaste?".
Nós temos consciência de que o homem depende de si mesmo. O homem deve preparar a terra; deve construir sua casa; deve arar e plantar; deve inventar; deve trabalhar com as mãos e com a mente; o homem deve suplantar as dificuldades e obstáculos; deve conquistar e escravizar as forças da natureza de modo que ela faça o trabalho para que o mundo e a raça humana sobrevivam.
Portanto, Cristo nunca existiu! É mais um mito pertencente ao sobrenatural da humanidade!

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA CINCO

VIDA DEPOIS DA VIDA
Manfred Grellmann é um autodidata colaborador do Humanitas. Mora em Camaragibe/PE

Na minha opinião falar em vida depois da vida é no mínimo um engano ou uma suposição errada. Vida significa a aglomeração de átomos com suporte das forças várias do universo, unidos em moléculas, formando um sistema biológico complexo ambientado em um corpo chamado planeta Terra.
Ora, no sentido contrário, a desaglomeração, o desmonte do sistema, a desagregação, resultam na morte e apagam a vida. Vida somente pode ser entendida dessa forma.
O gigantismo do universo, palavra muito modesta, tem frustrado a procura obsessiva por vida fora da Terra. Pode-se dizer que ela é muito rara, talvez, ou então é um segredo muito bem guardado e entre nós há muito tempo vivem seres de outros lugares.
Se eles estiverem macunaimados com o que não presta aqui da Terra, então os horizontes negros estão quase nos cobrindo. O simples fato de descobrir “planetas” novos se limita unicamente a uma informação.
Detalhes, sabe-se lá quantos?  O que por lá se passa fica por conta de especulações e ficção. Isto para a informação mundana, a oculta só os escolhidos é que sabem!
A escola nos ensina fatos, ao que parece, cuidadosamente recortados e plantados, politicamente, como verdades  sagradas  e, principalmente, quando é de conveniência, que não são poucas!
Na contramão há pesquisadores e, não são metidos a tal ou, tentando notoriedade e claro, dinheiro, mostrando o que se chama de outras verdades, achados e descobertas incômodas, muito incômodas.
Muitas dessas descobertas são, no mínimo, inquietantes. Todo sagrado que foi definido como tal está protegido por defensores que não gostam de serem contrariados.
O lógico seria pesquisar, mas as verdades estabelecidas são para seus autores como o término da construção de uma moradia.  Não há mais o que fazer. Ninguém gosta de entrar na cama e poucos minutos depois quebrar o sono e ter que sair dela. Dizer que há alguma coisa depois da morte é cientificamente impossível de provar. Isso dentro do conceito do que é científico.
Por outro lado, dizer que nada acontece depois, ao que me parece está na equidistância. Afinal, os mistérios do universo nossa vã filosofia não alcança. A fé não precisa de provas. Ela se autossustenta.
As duas afirmações são, no fundo, uma questão de fé, já que a ciência é impotente para provar alguma coisa. Isto incomoda, pois sempre é preciso haver uma explicação.
O universo tem tantos recursos para existir e para se regular que, sem a menor dúvida, não conhecemos muito e provavelmente nunca vamos conhecer tudo. A biologia mostra surpreendentes aspectos da vida, mas o maior deles é o cérebro. Do que ele é capaz é um outro universo.
Do nosso cérebro podemos saber mais porque temos a linguagem e a curiosidade. Mas nunca foi possível sentar num banquinho no curral além de roubar leite da vaca, bater um papo com ela. Só a limitada observação nos traduz algumas coisas.
Assim mesmo pode ser polêmico, como é o caso do cachorro: se é ciúme ou não o que ele sente em relação ao seu rival acariciando sua fêmea ou de que sentimento canino se trata...
Todas religiões falam de um espírito, mas do que é que está se  falando?
O que é espírito?
O termo é empregado para definir vários aspectos que passam pela fé, mito, expressões e outros. Como lidar com esta abstração?
A meu ver, o espírito é mais uma rebuscada impressão e afirmação para lidar com a solidão humana gerada pela capacidade de raciocinar o que o deixa tão irrequieto e inseguro.
Muitos animais demonstram raciocínio também, mas longe da  sofisticação humana.
Os animais seguem (sem reclamar) um destino dado pela natureza.
Aparentemente, eles não têm consciência da morte. Ou algum tem? Improvável saber.
Afinal, por que se preocupar? O que nos pode acontecer além de nascer, viver e morrer?
Simplificando: fica-se apavorado ao vivenciar uma esperada festa só porque se sabe que ela vai terminar?
O fato de não aceitar o “nada é para sempre” faz o ser humano inventar argumentos que são muito próximos da mentira da qual ele é mestre PHD.
O medo da morte só é justificável para o abastado que usou sua vida para empilhar fortuna, gerando miséria e, horror dos horrores, não poder levar nada e ainda ter que deixar de graça para alguém!!!
Diante da gigantesca miséria do caráter humano a morte deve ser encarada com respeito e admiração! Trata-se da suprema justiça!
Na vida terrena nada é  para sempre!!!

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA QUATRO

O narcisismo e a violência do deus bíblico
Hélio Santana é Técnico em Radiologia Médica. Mora em Praia Grande/SP.

O narcisismo tem seu nome derivado de Narciso que na mitologia grega era filho do deus Cefiso com a ninfa Liriope e deriva da palavra grega "narke", que descreve a característica de personalidade da paixão por si mesmo.
Em psicologia, o narcisismo excessivo é o que dificulta o indivíduo a ter uma vida satisfatória. É reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de transtorno de personalidade narcisista. Seres com esse transtornos julgam-se grandiosos e possuem necessidade de admiração e aprovação das outras pessoas.
Toda pessoa que lê a bíblia de forma sincera e racional, sem o fanatismo imposto pelas religiões abraâmicas, não pode deixar de notar um transtorno de personalidade narcisista no deus criado pelos judeus .
As páginas da bíblia hebraico romana estão repletas de passagens descrevendo um deus vaidoso e egoísta, um ser que tem uma necessidade obsessiva de ser adorado, venerado, glorificado, enaltecido e santificado, que deseja de todas as formas que as pessoas sejam dependentes e submissas a ele.
"Pois Jeová teu deus é um fogo consumidor, um deus que exige devoção exclusiva” (Deuteronômio 4:24); "Jeová é um deus que exige devoção exclusiva e que toma vingança e está disposto ao furor" (Naum 1:2); "E em ira e furor irei executar vingança sobre as nações que não me obedecem" (Miqueias 5:15); "A ira ardente de Jeová não recuará até que ele tenha executado e até que ele tenha realizado as ideias de seu coração" (Jeremias 30:24); "E eu hei de magnificar-me e santificar-me e dar-me a conhecer aos olhos de muitas nações” (Ezequiel 38:23); "E não deveis profanar meu santo nome e eu tenho de ser santificado no meio dos filhos de Israel" (Levítico 22:32);
São inúmeros versículos implorando para ser glorificado com requintes de ameaças de morte, caso não o adorem (o livre arbítrio passou longe, não é mesmo?). Um ser plenamente evoluído não necessitaria de adoração ou veneração. Ele seria completo em si mesmo. Ele não ficaria buscando autoglorificação ou reconhecimentos. Onde existe humildade nisso?
Um ser evoluído deseja que as demais consciências também evoluam e cheguem ao seu nível de evolução e conhecimento, sendo autossuficiente não exige subserviência nem devoção ou adoração, muito pelo contrário ele demonstra uma fraternidade altruísta doando toda sua sabedoria em benefício aos demais.
Ao lermos também o novo testamento notamos que o personagem "Jesus” criado pelos romanos, exigia as mesmas devoções egocêntricas. É óbvio que para muitos que não estudam o mito hebraico romano acham que "Jesus” era um personagem bonzinho, pacificador e tal, afinal essa é a visão e o perfil que a igreja vende dele, mas para quem estuda o mito hebraico romano vê com certeza que não é bem assim, no fundo seria um narcisista caso existisse de fato .
"Eu sou a luz do mundo" (João 8:12); "O pão vivo que desce do céu" (João 6:51);  "Eu sou o caminho a verdade e a vida" (João 14:16); "Eu sou o pastor excelente" (João 10:11); "Quem não é comigo, é contra mim" (Mateus 11:30); "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim" (Mateus 10:37); "Não penseis que vim trazer paz a terra; não vim trazer paz, mas a espada" (Mateus 10:34).
Líderes religiosos inventam mil desculpas esfarrapadas para tentar iludir suas ovelhinhas burras e ignorantes, afirmando que "Jesus” não quis dizer bem isso e bla bla bla, ou seja, quem modifica o que está escrito não são os estudiosos, são os próprios líderes religiosos que mudam tudo o que está escrito para seus próprios propósitos (arrecadar dinheiro!).
"Quem se chegar a mim e não odiar seu pai e mãe, esposa, filhos e irmãos e irmãs e até mesmo sua própria vida, não pode ser meu discípulo" (Lucas 14:26).
Desculpem, mas o cristianismo é uma das maiores mentiras da humanidade, além de ser uma doutrina totalmente imoral e injusta disfarçada de "santidade".
Qual pai deseja ser idolatrado, adorado e santificado por seus filhos ao ponto de ameaçá-los caso não adorem a ele? Você faria isso com seu filho?
Caso não faça, parabéns! Você é mais justo que o deus que te impuseram a acreditar desde a sua infância.
Lembrando que quem te impôs essa mentira criada pelos judeus e posteriormente pelos romanos, na verdade não mentiu para você, apenas ensinou algo que também acreditava como verdade absoluta.
O problema todo está nos líderes religiosos. Esses sim sabem de toda a trama, mas ganham milhões para sustentar toda essa farsa que já vem contada antes de nascermos.
Fé nunca foi e nunca será uma virtude! Se fosse, não nos levaria ao engano!
Está duvidando? Pergunte para uma Testemunha de Jeová se a fé de um evangélico é uma virtude. Com certeza ele responderá que não.
Pergunte para um evangélico se a fé de um católico é uma virtude. Ele com certeza responderá que não, até porque para todo evangélico o catolicismo é a religião do diabo.
Pergunte para o católico se a fé do judeu é uma virtude. Com certeza responderá que não, pois como o judeu não foi batizado na "santa igreja" não poderá ser salvo.
Pergunte para um islâmico se os cristãos serão salvos. Com certeza irá dizer que todos que idolatram Jesus, filho de Maria, já têm seu lugar reservado no inferno de Alá.
Resumindo: fé nunca foi e nunca será uma virtude, pois só traz separação, discriminação, intolerância e guerras entre as nações.
Não podemos ter paz enquanto acharmos que temos de tirar nossas noções de morais em livros arcaicos, cheios de imoralidades e injustiças disfarçadas de "esperança".

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA TRÊS

Refúgio Poético

POETA DO MÊS

Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara, foi um guerrilheiro, escritor, político, jornalista e médico argentino. Nasceu no dia 14 de junho de 1928, em Rosário, Argentina, e morreu assassinado no dia 9 de outubro de 1967, em La Higuera, Bolívia. Em 1954, conheceu, no México, Raúl Castro e logo depois o irmão Fidel Castro. Entrou para o grupo revolucionário de Castro, que se instalou na região de Sierra Maestra, em 1957. Pretendiam derrubar o governo do títere Fulgêncio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos, e implantar o socialismo na ilha. Após a vitória dos revolucionários, em 1959 e a implantação do socialismo em Cuba, “Che” Guevara tornou-se membro do governo cubano de Fidel Castro, exercendo as funções de embaixador, presidente do Banco Nacional e Ministro da Indústria. Em 1961, “Che” visitou o Brasil e foi condecorado, pelo então presidente Jânio Quadros, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
............................
Os não lembrados
Talis Andrade - Recife/PE

Não decoro nenhuma poesia
e li mil livros.
Não recordo nenhuma paisagem
e andei por mil cidades.
Não recordo nenhuma cena de filme
não solfejo nenhuma sofrível melodia
não guardo as feições de nenhum rosto.
Dei sumiço as lembranças
apaguei meu próprio rastro
para que não fique nenhum traço
nenhum traço

A minha tragédia
Florbela Espanca - Portugal

Tenho ódio à luz e raiva à claridade
do sol, alegre, quente, na subida.
Parece que a minh′alma é perseguida
por um carrasco cheio de maldade!

Ó minha vã, inútil mocidade,
trazes-me embriagada, entontecida!...
Duns beijos que me deste noutra vida,
trago em meus lábios roxos, a saudade!...

Eu não gosto do sol, eu tenho medo
que me leiam nos olhos o segredo
de não amar ninguém, de ser assim!

Gosto da noite imensa, triste, preta,
como esta estranha e doida borboleta
que eu sinto sempre a voltejar em mim!
.......................
CARTAS DOS LEITORES

Este jornal é um grande tributo à verdade. Marta Maria Lima de Sá – Olinda/PE
*****
O HUMANITAS é um jornal muito especial. Iara Galdino – Fortaleza/CE
*****
Um pequeno grande jornal que mostra, como sempre, a luta do pernambucano desde Frei CanecaOsvaldo Pereira Nunes – Olinda/PE
*****
Cultura total. Vale a pena ler o HUMANITAS. Márcia Lanusca – Miami/EUA
*****
Bom demais este HUMANITAS. Silvio Lyra das Neves – Lisboa/PT

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PÁGINA DOIS

EDITORIAL

Canalhice neoliberal

Os dias de hoje apresentam poucas ideias críticas que possam tirar o homem da mesmice em que se acha e do domínio da dialética de uns poucos.
Nesta chamada civilização neoliberal o cidadão tem de se abster de qualquer pensamento crítico e deixar de participar de lutas comunitárias e da solidariedade.
O chamado neoliberalismo acaba com a condição solidária do homem. A cultura neoliberal destrói o entendimento de vida comunitária. O projeto neoliberal desconecta o individuo da conjuntura social, política e econômica em que está posto, considerando-o apenas como um simples consumidor, e leva isso aos extremos.
Um dos maiores avanços da mentalidade humana dentro do que se convenciona chamar de democracia foi o de ser reconhecido como um sujeito político, capaz de provocar mudanças. Dentre esses avanços, o homem passou a ter direitos e deveres e com a sua consciência crítica livrou-se daquela condição de escravo obediente às ordens. Descobriu que autoridade não significa verdade. E muito menos o poder significa razão.
Porém, como poderoso instrumento de formação das consciências, como forte instrumento de persuasão e formador de opinião, a televisão entra nos lares desinformando e deformando o contexto cultural da sociedade. Enganchando-se no rumo da propaganda e da publicidade que rege o mercado consumidor, a televisão se torna também um produto de consumo, logo que os índices de audiência sobem.
Todo tipo de estratégia é utilizado para manietar a consciência do homem ao novo “modus vivendi”.
Sem o menor escrúpulo, a condição de humanidade do homem é levada a padrões opostos de suas conquistas. Tudo se reduz ao agora.
A tecnologia que diminuiu as distâncias através da internet e do celular cria uma sensação de ubiquidade para a raça que se vê em todos os lugares e ao mesmo tempo em lugar nenhum.
A civilização de hoje é a civilização do consumo, para gáudio de uns poucos que se servem do poder que lhes foi atribuído para fazer a lavagem cerebral da mente humana.
...................................
Vida e cuidado 
Antonio Carlos Gomes  Guarujá/SP

Cada um traça seu caminho, a vida é um caminho que se bifurca, novamente bifurca e jamais encontra uma avenida reta que leva a um fim determinado.
Olho o vaso florido de margaridas. Chegou em botões, secaram as flores e eis que novos botões e novas flores apareceram. Pode ser que volte à mesa da sala onde estava anteriormente, mas no momento encontra-se no terraço esperando os beija-flores. Secará novamente e ressurgirá com outras flores quiçá no mesmo lugar, ou em outro, tanto faz, enquanto houver terra fértil e água o ciclo de flores que nascem e morrem perdurará.
Assim também é a vida e seu caminho, não importa a mesa ou o terraço, não importa se ao lado existam roseiras ou gerânios, o vaso com suas flores persistirá.
Tudo é vontade. Nada acontece ao acaso. Tudo é escolha.
A vida, com suas fases tem seu tempo como as flores: a infância é a descoberta, a juventude o arrojo, a idade adulta a obrigação e a velhice é apenas resultado de todas as outras fases.
Em um casal, por mais que exista o compartilhamento, cada um tem sua direção.
A vontade é individual, não coletiva. Cada qual a seu modo traça seu rumo e arca com as consequências.
Não há acaso, há determinação individual. Ninguém ilude ninguém; pode apenas haver sonhos e fantasias que confundem, mas o caminho é de cada um.
Não culpes ninguém, você escolheu e arca com o resultado. Não há sujeito oculto, tudo é visível e claro.
Defeitos não aparecem como odores putrefatos, a carniça sempre esteve junto ao perfume, apenas a sensibilidade seletiva sente um ou outro.
Os caminhos se bifurcam individualmente. Para trilhar o mesmo caminho apenas o sapato do cuidado com o outro leva ao mesmo rumo.
Cuide! Se faltar o cuidado, se confundir o cuidado com ilusões individuais, rancores intensos com passageiros deslizes (deslizes todos têm), engodos como se fossem verdadeiros; se a ilusão pessoal ou social ultrapassar os objetivos, a sequência será desastrosa e o caminhar pedregoso ou impossível.
Viver é nascer e morrer a cada instante como o vaso de margaridas, a arte é apenas cuidar.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

HUMANITAS – Nº 60 – JUNHO DE 2017 – PRIMEIRA PÁGINA


UNIÃO DA BELEZA, DA ARTE E DA POESIA
- Pablo Neruda e Marilyn Monroe -

O HUMANITAS deste mês de junho faz um tributo especial à poesia e à beleza feminina. Após 93 anos de lançamento, o livro Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada, de Pablo Neruda, ainda faz parte do romantismo de muita gente, e a bela Marilyn Monroe também permanece viva na memória de todos os que amam a Sétima Arte. PÁGINA 8
......................
Na PÁGINA 5 Manfred Grellmann diz ser cientificamente impossível provar que há algo  depois da morte
....................
O escritor Décio Schroeter disserta sobre a filosofia de um deus bíblico na PÁGINA 6