POETA DO MÊS
ALEX POLARI DE
ALVERGA nasceu em João Pessoa, em 1951, e participou
da luta armada contra a ditadura militar na VPR (Vanguarda Popular
Revolucionária) que realizava ações armadas contra o regime militar e lutava
pela liberação de presos políticos. Foi preso no DOI-CODI em 1971 e
barbaramente torturado. Polari sobreviveu para denunciar ao próprio Tribunal
Militar o assassinato de Stuart Angel (filho da estilista Zuzu Angel) retratado
no poema “Canção para Paulo” e as torturas que sofreu e presenciou. Em 1978,
ainda preso, lançou seu primeiro livro de poesia: “Inventário de Cicatrizes”.
Foi libertado em 1980. A
poesia de Polari é coloquial, direta e marcada pela experiência da
clandestinidade, do cárcere e da tortura.
Passagem
Antonio Carlos
Gomes
Guarujá/SP
Ter ou ser?
Pouco importa
A vida comporta
Apenas o passar
Não sou
Não tenho
Apenas passo
No calor do sol
Na luz do luar
E um dia eu passo
Para o triste espaço
Do não passar.
Pouco importa
A vida comporta
Apenas o passar
Não sou
Não tenho
Apenas passo
No calor do sol
Na luz do luar
E um dia eu passo
Para o triste espaço
Do não passar.
A arma nossa de cada dia
Gilberto Nogueira de Oliveira
Gilberto Nogueira de Oliveira
Nazaré/BA
O poeta está armado...
Disse ele empunhando uma caneta.
O pintor está armado...
Disse ele empunhando um pincel.
A policia está armada...
Disseram eles, combatendo o povo.
Chegou a tropa de choque,
Abrilhantando a desgraça.
O camponês está armado...
Disse ele empunhando uma foice.
O operário está armado...
Disse ele empunhando um martelo.
O povo está armado...
Disseram eles de encontro à esperança.
O professor está armado
Disse ele empunhando um livro.
O governo está armado...
Disseram eles promovendo o terror.
A desgraça brilha na praça.
O povo de encontro à desgraça.
E a desgraça brilha...
Disse ele empunhando uma caneta.
O pintor está armado...
Disse ele empunhando um pincel.
A policia está armada...
Disseram eles, combatendo o povo.
Chegou a tropa de choque,
Abrilhantando a desgraça.
O camponês está armado...
Disse ele empunhando uma foice.
O operário está armado...
Disse ele empunhando um martelo.
O povo está armado...
Disseram eles de encontro à esperança.
O professor está armado
Disse ele empunhando um livro.
O governo está armado...
Disseram eles promovendo o terror.
A desgraça brilha na praça.
O povo de encontro à desgraça.
E a desgraça brilha...
na praça.
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CARTAS DOS LEITORES
Muito bom receber o HUMANITAS em
casa. Edição de aniversário primorosa. Parabéns! José Motta – Recife/PE
****
Congratulações, HUMANITAS! Marcelo Otaviano de Andrade –
Recife/PE
****
Especial! Diverso! Veraz! Corajoso! Uma publicação que foge dos padrões
da mídia tradicional. Parabéns! Goretti Alencar – Salvador/BA
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