A
MODERNISTA TARCILA DO AMARAL
Texto de Rafael Rocha
Uma
das primeiras artistas plásticas brasileiras a adotar tendências modernistas em
seu trabalho, Tarsila do Amaral, que nasceu em 1º de setembro de 1886, em
Capivari/SP, ainda que não tenha participado efetivamente da Semana de Arte
Moderna de 1922, foi responsável pela criação de uma nova linguagem para a
pintura brasileira. O escritor Mário de Andrade afirmou que “da história da nossa pintura, Tarsila
foi a primeira que conseguiu realizar uma obra de realidade nacional, já que
seus trabalhos são inspirados em temas nacionais”.
Logo após os eventos da Semana de Arte
Moderna em 1922, ao ser apresentada pela pintora e desenhista Anita Malfatti
aos modernistas paulistas Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del
Picchia, ela inicia um novo caminho ao integrar o chamado “Grupo dos 5”,
e que se dissolveria com sua ida a Paris junto com Oswald de Andrade, no ano de
1923.
Convertida aos ideais dos modernistas -
atualização da linguagem plástica e pesquisa das raízes nacionais -, passaria a
frequentar os ateliês dos grandes mestres cubistas André Lhote, Albert Gleizes
e Fernande Léger.
Tarcila observou que o tema nativista
estava sendo muito bem visto naquele ano de 1923, e assinalou em carta a Mário
de Andrade o seu desejo de ser a pintora de sua terra. A partir de então, ela
buscou imiscuir-se dentro da composição do cubismo, mas não no cubismo usual, e
sim em um cubismo repleto de temas pictóricos do nosso país.
Redescobriu na idade adulta a paisagem de
grande parte da terra brasileira, na viagem realizada, em 1924, para as cidades
do ciclo do ouro de Minas Gerais e para o Rio de Janeiro, acompanhada pelo
poeta Blaise Cendrars e por alguns modernistas..
Ao pintar temas pictóricos e típicos
brasileiros, Tarcila do Amaral criou uma intimidade com a natureza fantástica
que se revelou em sua fase “Pau-Brasil”
(1924) e na “Antropofágica”
(1928). Faleceu em São Paulo, no dia 17 de janeiro de
1973.
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