quinta-feira, 13 de novembro de 2014

HUMANITAS Nº 29 - NOVEMBRO DE 2014 - PÁGINA 5

A “segunda vinda” de Jesus (que não é nem a primeira)

Sérgio Mesquita Rangel – Rio de Janeiro/RJ

     
Não somente não acredito como tenho a mais absoluta certeza que ele jamais virá! Jamais virá porque jamais veio. Jesus Cristo é tão real quanto o Batman ou o Super-Homem. Sua história não passa de uma adaptação do "Mito Solar": "o pai, a mãe e a criança", para explicar os movimentos celestes do Sol, e da Terra, relativos aos doze signos do zodíaco.
Querer uma aplicação direta da lenda de Cristo é o mesmo que pretender uma aplicação direta da história de Hércules (com seus doze trabalhos), de Hórus, de Tamuz, de Krishna etc. Não existe a menor evidência histórica de que tenha existido um Jesus Cristo, filho de algum deus.
Trocando em miúdos há milênios e milênios, as pessoas, de certa forma, já “aguardavam” o nascimento de um "Messias". Esperaram, esperaram, esperaram, esperaram.
E como não aparecia ninguém com suas características “proféticas”, resolveram o problema dando o seu nascimento como já ocorrido em algum canto esquecido, há, mais ou menos uns 400 anos após os últimos vaticínios conhecidos e, então, começaram a inventar, digo, a contar a sua suposta história.
Aí começou a nascer uma lenda de construção coletiva. Todo mundo queria dar o seu palpite, a sua contribuição para a tal "História de Jesus".
Foram escritos mais de 4 mil documentos sobre sua personalidade, seu caráter, sua cor, seu tamanho, sua infância, sua adolescência, seus doces preferidos, inclusive suas opções sexuais. Todos contraditórios e muito diferentes entre si por uma única razão: nenhum deles se baseava em fatos, apenas na imaginação de seus autores.
Para conquistar a credibilidade do grande público, numa época em que não havia qualquer catalogação editorial, seus autores se faziam passar por "apóstolos", "discípulos", "doutores", "amigos íntimos" etc.
Assim, todos os evangelhos, bem como todos os livros do novo testamento (por uma incrível coincidência), são todos pseudo-epigrafados; ou seja, todos escritos como se o fossem por Paulo, Pedro, Marcos, João etc, mas apenas assumindo-se suas hipotéticas personalidades. Não há um único documento atribuído a “tal autor” que tenha sido realmente escrito por ele.
E mais: eram cópias. Nunca, em nenhum momento da história cristã conhecida, houve sequer qualquer menção aos originais de qualquer documento, fosse que documento fosse.
Eram sempre cópias, sempre cópias, desde o princípio; o que nos faz suspeitar, ainda mais fortemente, de sua suposta “originalidade”.
A coisa realmente estava fervilhando...
Até que, ocasionalmente, estava passando por ali um sujeito chamado Constantino, o Imperador de uma Roma falida e decadente. Quando viu tudo aquilo uma lâmpada se acendeu em sua mente... Eureka!!...
“Podemos, ao invés de um Império Político, construir um Império Religioso, pois está mais do que provado que a religião em muito supera a política quando o objetivo é governar!”
O medo religioso é muito maior que o simples medo político! O medo político vem daquilo que eu vejo, peso e observo. O medo religioso vem do desconhecido e o desconhecido fica a cargo da imaginação de cada um.
Jesus Cristo, amigos, não virá nem daqui a dez milhões de anos!
Comparem a "história" de Jesus, com a de qualquer outro mito solar. Depois se perguntem se um raio cai no mesmo e exato lugar duas vezes... Não! Três vezes... Não! É muita semelhança para ser só coincidência...
Se você passar, daqui pra frente, a pedir as coisas ao coelhinho da Páscoa, ao Super-Homem ou ao Chapolin Colorado, com certeza que alguns pedidos serão atendidos. Até mesmo a cura de um câncer desenganado. O problema é que as “orações atendidas” seguirão, à risca, as estatísticas matemáticas para a cura de cada doença.
Se as estatísticas dizem que 0,00001% das pessoas com câncer em estado terminal de repente e inexplicavelmente ficam curadas, elas ficarão curadas quer você peça ao Batman, ao coelhinho da Páscoa, ao Super-Homem, ao Chapolin Colorado ou até mesmo a “Deus”. Ou seja, “Deus” atende aos pedidos de cura na mesma e exata proporção em que as estatísticas apontam essa cura matematicamente.


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