Texto de Silvia Mota – Escritora – Cabo Frio/RJ
Publicado no HUMANITAS nº 21 – Abril 2014
A arte da reciclagem
não abarca somente coisas inanimadas, antes, estende-se aos sentimentos
humanos. Por vezes, a preguiça ou a impaciência impede uma análise da realidade
e, então, jogamos tudo fora, na certeza de que são restos imprestáveis e de que
se pode sempre começar do zero, sem prejuízo do descarte anterior.
Às vezes - e quase sempre -, naqueles pedacinhos de palavras, apagadas antes de escritas ou pronunciadas, encontravam-se os dizeres de amor tão necessários de se ouvir ou falar, ou ainda as deliberações que salvariam vidas ou alimentariam esperanças; naqueles passos tímidos impedidos de prosseguir anunciava-se o desbravar dos caminhos para as próximas lutas; naquele roçar de dedos que não se completou delineavam-se os abraços quentes que protegeriam ou embalariam; naquele piscar de olhos ofuscados proclamavam-se os olhares decisivos donde abrolhariam certeza e fé; naquele sorriso chamado de imbecil treinava-se o nascimento da felicidade, que iluminaria dias de tristeza...
Ah! E, naqueles pedacinhos de sonhos, quase imperceptíveis, jogados ali naquela lata de lixo fedorenta do medo... escondia-se uma vitória!
É... Desistir dos sonhos facilmente carece de sabedoria. Imprescindível a persistência, para concretizá-los. Não obstante, destacando-se raras exceções, isso a gente só entende mesmo depois que dobra a esquina dos cinquenta...
E, então, sorte de quem tem sorte, tempo, saúde e força para recomeçar a reciclagem dos sonhos, mesmo que esta se realize no outono da vida.
Às vezes - e quase sempre -, naqueles pedacinhos de palavras, apagadas antes de escritas ou pronunciadas, encontravam-se os dizeres de amor tão necessários de se ouvir ou falar, ou ainda as deliberações que salvariam vidas ou alimentariam esperanças; naqueles passos tímidos impedidos de prosseguir anunciava-se o desbravar dos caminhos para as próximas lutas; naquele roçar de dedos que não se completou delineavam-se os abraços quentes que protegeriam ou embalariam; naquele piscar de olhos ofuscados proclamavam-se os olhares decisivos donde abrolhariam certeza e fé; naquele sorriso chamado de imbecil treinava-se o nascimento da felicidade, que iluminaria dias de tristeza...
Ah! E, naqueles pedacinhos de sonhos, quase imperceptíveis, jogados ali naquela lata de lixo fedorenta do medo... escondia-se uma vitória!
É... Desistir dos sonhos facilmente carece de sabedoria. Imprescindível a persistência, para concretizá-los. Não obstante, destacando-se raras exceções, isso a gente só entende mesmo depois que dobra a esquina dos cinquenta...
E, então, sorte de quem tem sorte, tempo, saúde e força para recomeçar a reciclagem dos sonhos, mesmo que esta se realize no outono da vida.
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