quinta-feira, 4 de setembro de 2014

HUMANITAS –Nº 27 – SETEMBRO/2014 – PÁGINA 6

OUSE ENFRENTAR ESSE PARCEIRO...
Ana Maria Leandro – Belo Horizonte/MG

Eterno é o Novo... Tolos e passageiros são os homens.
Ele chega e você nem percebe. Não pergunta se pode entrar; invade e pronto! Se você o recebe ele sorri, se o ignora ele o massacra. Se lhe oferece resistência ele zomba de você... Pois ele sabe que será o vencedor!
Também não se preocupa se você está ocupado com o que já passou. Esta é a vez dele e não aceita rivais. Não quer saber de suas saudades. Prefere participar de suas esperanças.
Ao longo de sua vida, todos os dias, ele lhe dará oportunidade de renovação.
Se você for capaz deste “renascer” diário, se eternizará. Mas se insistir na imutabilidade, provavelmente morrerá em vida... E sem dúvida, esta é a pior
Se você não aceitar sua companhia, a velhice lhe enrugará o espírito, antes mesmo de lhe deixar marcas na face. Mas a juventude permanecerá sempre em você, se aceitar sua impetuosidade. Porque ele exige um revisar constante de suas idéias; uma disposição incansável de redirecionamento; uma exigência implacável de crescimento e evolução.
Ele viverá a desafiá-lo. Vai lhe colocar barreiras aparentemente intransponíveis, só para testá-lo. Se você recuar ele o derrubará. Vai deixá-lo no chão: frustrado, arrasado, se sentindo impotente. E não pense que lhe dará algum gesto de misericórdia. Se você quiser, que se levante.
Se fizer isto, será no mínimo uma demonstração, de que começa a aceitá-lo. Mas não significa que haverá complacência. Apenas lhe será dado o direito de reaver suas forças. Entretanto a luta continua; e ela é sua.
Este parceiro indomável jamais chora o tempo que passou.
Está ocupado demais com o hoje e tem vistas longas para o amanhã. Em sua onipotência ele recria, inova, remove montanhas. Suspeita-se que tenha sido ele o responsável pela implosão universal, que gerou a terra e os demais astros, em sua insaciável sede de transformações
Foi ele que colocou na boca de Lavoisier, a verdade insofismável de que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Chamam-no de “Novo”, mas seu cognome é “Mudança”.
Aceite este companheiro e projete-se na eternidade. Pois nesta parceria suas realizações terão efeitos mais duradouros, do que sua própria vida.
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“As pessoas não querem ver a verdade porque não desejam que suas ilusões sejam destruídas”  Friedrich  Nietzsche

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