Editorial
PODER EVANGÉLICO FUNDAMENTALISTA EXPANDE SEUS TENTÁCULOS
PODER EVANGÉLICO FUNDAMENTALISTA EXPANDE SEUS TENTÁCULOS
Por quanto
tempo ainda poderemos dizer, com alguma credibilidade, que o Brasil é um Estado
laico? Dez anos? Quinze anos? Pedra por pedra, na calada da noite
dos meios de comunicação os tentáculos do poder religioso evangélico
fundamentalista se expandem sobre posições no governo.
Nos templos,
os chamados obreiros de Deus encarregam-se de distorcer, apagar e
transformar o noticiário do pouco que poderia remanescer, em
inexistente memória dos fiéis. Embutido nisso vem o acalentado sonho de
empossar um presidente evangélico.
A fúria religiosa
evangélica fundamentalista alastra-se pelo país com rapidez. Sem sombra
de dúvidas é uma ferramenta de poder que faz parte dos inúmeros acessórios
utilizados pelo grupo que joga no tabuleiro terrestre o jogo do poder para
transformar em realidade o plano de um governo teocrático no país.
Desejo milenar!
Para
que a fé se consolide e cresça, tem que haver solo fértil como
ingenuidade, necessidade, miséria e pobreza. Como em nossa época essas
situações se igualam ou ultrapassam a típica magnitude de todas as outras “obras” humanas, resultado da
incompetência e omissão dos políticos, surge um fenômeno infeliz chamado movimento
das massas.
Esse
movimento tem poder magnético sobre as pessoas e age automaticamente,
sedimentado na ignorância, na falta de uma cultura real e entendido como
um aviso divino de movimento e sinal dos tempos. Essa força faz com que o
indivíduo comum não precise fazer o que ele menos gosta: raciocinar e
tomar decisão! A força da massa de indivíduos decide por ele e ele segue o “caminho”!
Tal fenômeno
de acreditar que é necessário ter e praticar uma religião, só acontece porque a
massa humana é mantida na ignorância. O propósito é não lhe permitir
perceber, desenvolver e cultivar uma cultura efetiva
e verdadeira.
E creem que
esse caos é a única forma terrestre de viver. Na mente deles habita a
ilusão de que em futuro próximo haverá a separação do joio do trigo, tal como acham
que se encontra escrito naquilo que chamam de sagradas escrituras.
*********
CARTAS DOS LEITORES
Parabéns
ao Humanitas! Gerusa Martins – Manaus/AM
*****
Uma publicação livre das amarras da mídia comum. Parabéns! Anne Cristine Mendes – Olinda/PE
*****
Parabéns
por mais um ano de vida. Geraldo Coelho
– Recife/PE
*****
Congratulações por outro ano de vida a este
pequeno/grande jornal. Carlos Stefanni –
Maceió/AL
*****
TEMPLO PARA CULTUAR O BEZERRO DE OURO É INAUGURADO
Celso Lungaretti – São Paulo/SP
Foi um comportamento deplorável dos
nossos políticos, principalmente os da esquerda, que não tiveram pejo em se
perfilarem com o autoproclamado pastor da Igreja Universal, na inauguração do
megatemplo da dita seita.
Não sei o que me causou mais mal estar:
ver a foto de Dilma Rousseff e Gilberto Carvalho ao lado de tão duvidoso
personagem ou ler o auê louvaminhas de Elio Gaspari, segundo quem "o templo de Salomão é um monumento à
fé" e "haverá de se tornar
um símbolo da cidade e da fé dos brasileiros".
O chefe dessa seita esteve preso em 1992
acusado de charlatanismo, estelionato e curandeirismo, enquanto sua igreja é
useira e vezeira na prática da intolerância e perseguição religiosa (tanto que
seus seguidores chutam imagens de santas e vandalizam as humildes instalações
dos cultos afrobrasileiros).
O mínimo que se esperava era um
pundonoroso distanciamento das altas autoridades, em relação ao chefe da seita
e às suas ostentações faraônicas (que absolutamente nada têm a ver com o tal espírito
cristão!).
A edificação terminou sendo inaugurada
com alvará provisório emitido pela prefeitura paulistana.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
(PT), repetiu a iniciativa de seu antecessor, Gilberto Kassab (PSD), que
forneceu documento de igual teor a favor do templo católico do padre Marcelo
Rossi (o Mãe de Deus). Vemos assim que em matéria de adulação e subserviência às
igrejas, o poder público é ecumênico.
O Estado brasileiro ainda que se diga
laico continua tendo relações ambíguas e questionáveis com instituições
religiosas.
E tudo isso apenas levando em conta
interesses eleitorais dos políticos e nunca a fé em um deus.
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