Editorial
Fé religiosa nunca foi nem será conhecimento
Na
enciclopédia da fé não existem respostas convincentes para as indagações
humanas. Fé religiosa nunca foi nem será conhecimento científico. Fé religiosa
não pode se irmanar com a filosofia.
Não se pode criar uma filosofia da fé. Thomas
de Aquino tentou fazer isso e terminou deturpando a filosofia aristotélica.
Mentiu para idealizar a vida eterna. Os filósofos da religião sempre deturparam
a verdade.
As perguntas - Quem sou? De onde vim? Para onde vou depois de morrer? - serão
respondidas pelo conhecimento científico, mas já se pode responder a elas de
forma simples:
O homem é um produto do meio ambiente. Não
foi criado nem planejado por nenhum deus. Nasceu do acaso e evoluiu. Depois de
morrer não vai para lugar algum (inferno ou paraíso). Existe e passa.
O grande filósofo Friedrich Nietzsche estava
certo quando dizia que “a fé não
remove montanhas, mas coloca montanhas onde elas não existem”.
Portanto, os mistérios estão sendo revelados
cientificamente ao homem. Viver apenas pela fé, hoje, é simplesmente falta de
formação crítica ou desinteresse por conhecimentos.
Toda e qualquer religião tem como fórmula
inculcar o medo na cabeça das pessoas. Tudo para fazer existir seus deuses,
santos, santas e mártires. Entre eles, o medo de morrer e perder uma ilusória
vida eterna.
Mais: medo de viver a vida com intensidade
pensando que está a pecar. Medo de enfrentar a realidade. Medo, principalmente, do inexistente deus
cristão perante o qual tanta gente se ajoelha e que, por não existir,
simplesmente não interage junto aos seus seguidores.
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CARTAS DOS LEITORES
Um jornal bom demais. Dizer bom é pouco. Estou a
aprender muito com ele. Libertário e que faz pensar. Kátia Lima – São Paulo/SP
......
Sempre chegando do Recife as ideias do pensamento
livre e de apoio à verdade. Edson
Cardoso – João Pessoa/PB
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O porco com obesidade mórbida
Antonio Carlos Gomes – Guarujá/SP
Denunciaram,
sim, Denunciaram! Um matadouro clandestino no morro. Há tempos que por lá se
sacrificavam e vendiam animais. Até que enfim alguém denunciou.
Pobres
bichinhos!
O
referido abatedouro ficava no final da favela, no morro. Aliás, no final do
morro, já com vistas para o outro lado, ou seja, a mata. Nem o mar, o
privilégio de quem por lá habita, existia.
Juntamente
com a polícia foi a Vigilância Sanitária. Lá encontraram algumas cabras, alguns
pequenos porquinhos e um porco de quinhentos quilos: obesidade mórbida evidente
e indubitável.
Retiraram
os animais pequenos. E o gordo porco? Como fazer? O animal mal andava, não
desceria a montanha. Por lá não chega nenhuma caminhonete para o resgate.
Se
forçar o animal a andar ele morre, fato bem conhecido. Até Charles Dickens
relatou nas “Aventuras do Senhor Pickwik”,
onde a obesidade chega a tal ponto que qualquer esforço pode ser fatal.
Chamaram os bombeiros.
Junto
com os bombeiros vieram os repórteres ávidos por notícias. Feita a
reunião: como retirar o animal?
Muita
discussão, muitas fotos e nenhuma conclusão.
O
nosso amigo obeso virou manchete escrita e falada; até televisionada, e os
órgãos competentes ficaram de estudar o caso.
Três
dias de Imprensa e de pensamentos conseguiram um meio, usando toda a
inteligência da cidade: remover o animal são e salvo.
A
imprensa vibrou, a notícia ganhou a primeira página, os comentaristas da rádio
discutiram o caso. O animal estava salvo.
Realmente,
dali nosso gordo amigo foi para um confinamento, fizeram todos os exames
objetivando avaliar direito a saúde tão agredida pelo excesso de lavagem, ou
seja, restos de comida com que foi alimentado e, após constatar que o animal
estava perfeito o encaminharam para o matadouro local, com todas as condições
de higiene que exige a lei.
Ninguém
noticiou a morte do suíno.
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