segunda-feira, 29 de setembro de 2014

HUMANITAS Nº 28 - OUTUBRO 2014 - PÁGINA 6



Avaliação de desempenho – um programa sem medos
Ana Maria Leandro – Belo Horizonte (MG)

“Avaliação não é julgamento... É momento de se ver e compreender as necessidades do sistema que o cerca”

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Empresários às vezes reclamam que seus processos de “Avaliações de Desempenho” operacionais e mesmo de liderança, não os levaram a resultados aproveitáveis.
Posso afirmar que tal pode acontecer, porque de uma maneira geral os programas se apresentam como “julgamentos”, mais reguladores de cortes de pessoal e não de tomada de medidas de ajustes necessários. É natural, portanto, que via de regra resultem em rejeição ou mesmo boicote dos colaboradores.
Para se corrigir este caminho é preciso realizar uma preparação prévia dos colaboradores colocando-os como construtores do processo tanto de auto avaliação, quanto de avaliação cruzada (vertical e horizontal).
Através de dinâmicas interativas elimina-se inicialmente o natural medo humano da avaliação e procura-se estimular a percepção, de que a mesma é um processo de ajuda principalmente ao autoconhecimento e do todo.
E pode-se ir mais longe, estabelecendo inclusive a possibilidade de haver remanejamentos de tarefas ou funções, com a finalidade de atender melhor aos perfis individuais.
Nesta vertente, os colaboradores longe de se sentirem acuados, colaboraram ativamente com o programa e apresentam grande elevação na produtividade e na qualidade de seus serviços, conforme gráficos que devem inclusive ser expostos em quadros de Gestão à Vista.
A própria filosofia do trabalho em RH precisa ser despida de atitudes de arrogância e instinto de coerção. Não é este o caminho de se conseguir resultados com seres humanos.
Por outro lado coordenadores do processo aplicativo da avaliação não podem se comportar com excesso de exibicionismo e superioridade.
Por questões culturais, a avaliação já possui a imagem de que ela parte de quem sabe mais para quem sabe menos, situação estabelecida pelo próprio sistema Ensino X Aprendizagem.
Ocorre que até mesmo nos sistemas escolares, já se sabe que esta é uma versão superada e que o aprendiz precisa ser construtor e não mero receptor da aprendizagem.
Quando se sente excluído do próprio processo de evolução, como se somente forças externas pudessem decidir sobre o que é melhor para ele mesmo, corre-se o risco de que tome uma dessas direções: ou se acomoda, como um ser incapaz; ou aparentemente aceita-a, mas talvez até sem ter consciência disto, conduz ao fracasso o processo.
Lembrando-se que não existe organização sem pessoas, melhor que estas partes se ajustem e busquem em estreita cooperação o sucesso de ambas.
Assim nos sistemas empresariais, a Avaliação de Desempenho tem de ser construída junto com o colaborador, a fim de que ele se identifique não como avaliado, mas como pessoa em busca de sua melhor atuação profissional e do crescimento organizacional.
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"A leitura de todos os
bons livros é como uma
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DESCARTES
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