EDITORIAL
O homem primitivo do
século 21
Não há como deixar de observar que
existe no Universo certo equilíbrio entre as diversas dimensões que o compõem,
incluindo nisso a evolução que ocorre no planeta Terra, a qual se manifesta
através de grandes e demorados processos.
O
universo não para de se expandir, mas o homem prende-se à ideia de que a
criação e a evolução de sua espécie vêm de um deus. Que as maravilhas da
natureza são obras de um ser divino, o qual é muito excêntrico, pois ninguém
sabe quem ele é, como é, e o que pretende.
Lamentável!
Numa época onde a ciência devia estar tão evoluída que o homem pudesse fugir das
fantasias de deus, santos e diabos, cada vez mais a raça regride e se entrega
às superstições milenares.
Na sua
ignorância tribal o homem crê que se um avião caiu no mar e todos seus
ocupantes morreram, foi porque um deus assim o quis e nada podemos fazer contra
o poder de tal deus.
Ou, se
existe fome no mundo essa é uma provação para que o homem aceite o filho de tal
deus como a divindade verdadeira e única e acredite que após a morte não mais
haverá fome, guerras e desastres aéreos. Acredite, morra e salve-se.
Isso é primitivismo
puro! Nenhum deus criador pode ter o luxo de destruir sua própria criação
apenas para ser aceito por ela. Mas a mentalidade humana (insuflada pelos governos
e pela religião) não aceita a verdade de que um deus desse tipo é uma
fatalidade.
O homem
deixa de construir um mundo com uma dimensão humanitária, porque acredita em um
deus. Abandona suas prerrogativas de transformar para melhor esse mundo para
não magoar seu deus, que nada mais é do que sua própria fantasia interior de
vida eterna.
E
dedica-se a destruir tudo que a natureza cria por acreditar que tal deus é dono
dessa criação. Esquece que a mãe-natureza está sempre a evoluir, e que tal ser
divino e/ou seus afins é a maior das mentiras inventadas pelo próprio ser
humano para usurpar o poder e manipular melhor as pessoas.
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A cura da humanidade passa pelo sexo e a
sexualidade
Thomas Henrique de Toledo Stella - Professor Msc. – São Paulo/SP
A
cura da humanidade passa pela cura do sexo e da
sexualidade. A forma como as pessoas lidam com o sexo na atualidade não é
apenas Freud quem explica, mas também as teorias de Karl Marx e Max Weber.
Como ensinou Marx, tudo no capitalismo torna-se uma
mercadoria, inclusive o sexo. Assim, quanto mais ele é reprimido pela religião,
mais ele somatiza-se como pornografia vulgar, resultando em visões distorcidas
da realidade e de como as pessoas lidam com o próprio poder pessoal.
Weber mostrou que o mundo capitalista rompeu o
encantamento, a visão mágica, e no seu lugar surgiu um mundo mecânico, lógico e
racional.
Aliás, é exatamente o que o funk faz: reproduz este
padrão por uma música que não tem harmonia nem melodia, mas que se resume a um
ritmo repetitivo, industrial, no qual os jovens que vão aos bailes simulam a
colocação de um parafuso em várias porcas, como se estivessem numa linha de
montagem de uma fábrica.
Sexo é a energia da vida, da liberdade, do
autoconhecimento e o que as religiões patriarcais fizeram foi condená-lo por
uma moral criada para controlar as pessoas.
Controlando os desejos, as vontades e as projeções de
poder, domina-se as massas.
Em especial quando se reprime qualquer manifestação do
sagrado feminino.
Ciente disto, o capitalismo o padronizou de forma
falocêntrica, baseado na penetração mecânica de acordo com o script: beijo,
penetração, ejaculação, eliminando a sedução, a beleza e o encantamento, os
toques, a descoberta dos pontos etc.
Mas nem tudo é perdido: resgatar a magia e o
encantamento nos ensinamentos milenares do Tantra e do Paganismo são formas de
reconciliar a espiritualidade com a animalidade humana.
A energia sexual quando bem usada é uma poderosa fonte
de autoconhecimento e evolução espiritual. Mas não só isto: é a forma mais
deliciosa de se experimentar e vivenciar o poder.
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