Um “estado” brasileiro
Especial para o Humanitas
Manfred Grellmann. Autodidata. Colabora com o Humanitas
desde agosto de 2012.
Mora em Camaragibe/PE
Através
de variados aspectos e
detalhes se consegue aquilatar
muitas características culturais e
até a natureza de um povo pela observação de simples comportamentos cotidianos que acabam
influenciando a formação
maior da sua estrutura cultural que vem dos aspectos geográficos, climáticos,
tipo de alimentação e origens étnicas.
No dia-a-dia do nosso povo podemos observar características,
mostrando porque vivemos nesta barafunda da moral e da mentira, e porque
não sabemos (ou não queremos) nos governar e administrar.
A lei só é
lembrada quando o vento sopra contra o indivíduo, quando ele deve pagar,
quando não é atendida sua necessidade individualista e egoísta.
O lugar mais comum de ver os legisladores consertarem o Brasil é numa fila de espera
demorada.
Mesmo o mais ignorante, aquele que nem sequer tem uma brisa de noção de convivência social, tem a solução
que julga perfeita.
Seu conhecimento e visão do mundo (Weltanschaung) estão baseados nas distorcidas
informações que a imprensa lhe fornece e
suas egoístas necessidades pessoais, reforçadas por uma educação só de
informação ZERO.
O brasileiro é um
imitador visceral. Não tem personalidade. Despreza sua rica cultura e só dá valor ao que é praticado em termos de
modismos pelos países do chamado primeiro mundo.
O aparecimento de
alguém loiro com olhos azuis traz logo a observação: é um estrangeiro! Se algo
vem das estranjas, então é
bom. Tal é a fixação por tudo que vem de fora.
Se essa é a prática normal, quais são os referenciais desses
países para criar esses modismos? De
quem eles copiam? Obviamente, eles
são os autores e não escravos. Só essa pergunta já mostra o quanto somos
dependentes! Qualquer problema que ocorra com um membro familiar, quando
alguém trocou a razão pelo egoísmo e pela
desconsideração ao outro, é motivo para intensa briga e uso sistemático
da mentira e distorção dos fatos em
detrimento do que é certo e da noção do que é correto.
Até irmãos inimigos, quando
ameaçados de morte, se unem
um em defesa do outro, e depois
de tudo resolvido voltam ao
antigo estado beligerante.
Ver
um filho pagar pelo seu erro é uma coisa impensável. Afinal, todo mundo
comete erros e para minimizar, começa-se
a procurar os defeitos e erros no
outro, ignorando os próprios. A
selva de leis incha mais e mais, apesar da impossibilidade de aplicá-las.
E se forem tentar aplicá-las, pratica-se o hábito da burla. Duas das mais
destacadas expressões são: fulano
está querendo aparecer ou você sabe com quem está falando?
A necessidade de se destacar, ostentar e se dar bem na vida é
o combustível básico para toda sorte de cambalachos,
mentiras e desonestidades.
Agora uma pergunta: para que serve o VOTO? Como é que um aglomerado de pessoas ao
qual se permite chamar de país (algumas delas que
apenas conseguem administrar seus próprios negócios com egoísmo) pode escolher
políticos capazes e com visão social efetiva? Como é que um balaio de laranjas
podres pode dar um suco tragável? Qual o voto que já resolveu os problemas
eternizados na sociedade como um todo?
O benefício da construção de infraestrutura (única coisa que os governos fazem) serve em primeiro lugar aos
interesses econômicos. O
político se aproveita de algumas realizações para dar a impressão ao cego político que algo foi realizado, já que a sua
promessa de campanha ele nunca cumpre!
Por que o voto é tratado pela imprensa como se fosse o andor
de um santo? Se o voto resolvesse algo, tudo já estaria proibido! Ninguém
observa isso. Para que votar, se nada muda a não ser para uma elite? Se meu
voto foi mal, na próxima eleição voto em outro candidato, afirma muita gente.
Acertar quando? É jogatina? É! Mais uma! Jogo é mania nacional também.
E
então aparece uma clássica
pergunta: Você está criticando?
Apresente uma solução, um caminho! Eis a resposta: abra um negócio e
entregue aos seus funcionários para eles administrarem. Passe apenas no final
do mês para apanhar os lucros! Já sabe
o que vai encontrar!
É preciso dizer o que fazer?
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