sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

HUMANITAS Nº 55 – JANEIRO/2017 – PÁGINA 2

EDITORIAL

Concepção por estupros

O Brasil é um país de mestiços.
Tal como diz nossa historiografia, nós somos descendentes de três etnias, a branca europeia, a indígena (natural da terra) e a africana.
Tudo isso nos remete a uma questão de gênero, pois as mulheres indígenas e as africanas não tiveram opção de escolha quanto aos seus parceiros sexuais homens, e muito menos no que tange à concepção de seus filhos.
As africanas e as indígenas foram estupradas pelo colonialista europeu branco, sendo obrigadas a trazer ao mundo os filhos resultantes desses estupros. Essa é uma verdade incontestável.
Mulheres indígenas e mulheres negras, todas foram capturadas e “domesticadas” para que pudessem servir ao apetite sexual e às taras dos brancos ricos.
Depois, as três etnias se miscigenaram. Porém, apenas uma delas tornou-se prevalente: a do homem branco, cujo poder estava ligado à força e ao fator ideológico. A cultura do homem branco aculturou os valores das culturas dominadas.
Portanto, nós, brasileiros, somos descendentes das três etnias citadas, a partir das relações sexuais forçadas e violentas de homens brancos com mulheres negras e índias.
Não existe exagero algum quando afirmamos que nossos antepassados foram gerados por estupros consumados pela força física, pela força das armas e pela força do poder político-econômico-cultural.
Mostramos isso na PÁGINA 8 deste HUMANITAS, em artigo do professor Durval Arantes, onde ele ainda salienta que “as mazelas deste início questionável da civilização brasileira podem ser sentidas nas investidas do turismo sexual europeu, que ainda assola a costa brasileira de norte a sul do país, em pleno século 21”.
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Apologia do medo – Especial do HUMANITAS

As pessoas esbravejam que têm fé! Gritam que acreditam em Jesus! Qual o motivo? Simples: no livrinho preto e mágico que elas dizem ser sagrado está escrito que se não acreditarem vão para o inferno depois que morrerem e lá passarão o resto da eternidade.
Isso se chama “APOLOGIA DO MEDO”!
Assim, esse povo medroso sai às ruas para encher o saco dos outros para que esses outros passem a acreditar nas mesmas sandices. Por quê?
Porque no tal livrinho sagrado existe a ordem: “elas têm que evangelizar, senão vão para as profundezas do fogo eterno”. Tais pessoas evangelizadoras são egoístas. Usam do apelo sentimentaloide “por que você não acredita em meu deus? Ele é bonzinho e oferece muito”. Essas pessoas têm que manter viva a crença, de forma que não descubram que são um bando de alienados.
Realmente, elas são idiotas e alienadas, mas não querem que os outros saibam disso. Depois de muita conversa fiada com a outra ou as outras pessoas, sempre terminam dizendo “arrependam-se” ou, ainda, “estarei orando por vocês”.
Alguém diz que viu alguém ser curado com a força da fé e repassa isso para o outro. Aquele que recebeu o repasse também repassa, como num jogo coletivo de futebol ou de basquete: “toma a bola que é tua e dá o passe”. Mas provar o milagre ou a cura é que é difícil. Evidências! Evidências! Onde elas estão? Na crença? Na fé?
Cada pessoa pode acreditar no que quiser. Não temos nada com isso! Mas quando aparece um idiota ou um alienado dizendo que o homem nasceu há 6 mil anos através de um punhado de barro moldado por um deus tribal criado por um bando de pastores da Idade do Bronze...
Isso irrita! As pessoas que propagam isso são alienadas, interesseiras, “medrosas”, e, quiçá, “loucas”. Mas acreditamos que loucura tem hora e dia para acontecer, e fazer com que o outro também fique louco é crime.
Creia no que quiser, mas guarde para si. Por mais estapafúrdia que seja sua crença, procure não causar mal a ninguém com ela. Seja responsável. Acredita que um deus possa lhe salvar se você pular do alto de um edifício? Então pule e saia voando pelo espaço, faça um vídeo sobre isso. “E aterrisse ileso”. Talvez assim possamos acreditar no poder de seu magnânimo deus.

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