EDITORIAL
Concepção por estupros
O
Brasil é um país de mestiços.
Tal
como diz nossa historiografia, nós somos descendentes de três etnias, a branca
europeia, a indígena (natural da terra) e a africana.
Tudo
isso nos remete a uma questão de gênero, pois as mulheres indígenas e as
africanas não tiveram opção de escolha quanto aos seus parceiros sexuais
homens, e muito menos no que tange à concepção de seus filhos.
As
africanas e as indígenas foram estupradas pelo colonialista europeu branco,
sendo obrigadas a trazer ao mundo os filhos resultantes desses estupros. Essa é
uma verdade incontestável.
Mulheres
indígenas e mulheres negras, todas foram capturadas e “domesticadas”
para que pudessem servir ao apetite sexual e às taras dos brancos ricos.
Depois, as três etnias
se miscigenaram. Porém, apenas uma delas tornou-se prevalente: a do homem
branco, cujo poder estava ligado à força e ao fator ideológico. A cultura do
homem branco aculturou os valores das culturas
dominadas.
Portanto,
nós, brasileiros, somos descendentes das três etnias citadas, a partir das
relações sexuais forçadas e violentas de homens brancos com mulheres negras e
índias.
Não existe
exagero algum quando afirmamos que nossos
antepassados foram gerados por estupros consumados pela força física, pela
força das armas e pela força do poder político-econômico-cultural.
Mostramos
isso na PÁGINA 8 deste HUMANITAS, em artigo do professor Durval
Arantes, onde ele ainda salienta que “as mazelas deste início questionável da
civilização brasileira podem ser sentidas nas investidas do turismo sexual
europeu, que ainda assola a costa brasileira de norte a sul do país, em pleno
século 21” .
.......................
Apologia do medo – Especial do HUMANITAS
As
pessoas esbravejam que têm fé! Gritam que acreditam em Jesus! Qual o motivo?
Simples: no livrinho preto e mágico que elas dizem ser sagrado está escrito que
se não acreditarem vão para o inferno depois que morrerem e lá passarão o resto
da eternidade.
Isso
se chama “APOLOGIA DO MEDO”!
Assim,
esse povo medroso sai às ruas para encher o saco dos outros para que esses
outros passem a acreditar nas mesmas sandices. Por quê?
Porque
no tal livrinho sagrado existe a ordem: “elas têm que evangelizar, senão vão
para as profundezas do fogo eterno”. Tais pessoas evangelizadoras são
egoístas. Usam do apelo sentimentaloide “por que você não acredita em meu
deus? Ele é bonzinho e oferece muito”. Essas pessoas têm que manter viva a
crença, de forma que não descubram que são um bando de alienados.
Realmente,
elas são idiotas e alienadas, mas não querem que os outros saibam disso. Depois
de muita conversa fiada com a outra ou as outras pessoas, sempre terminam
dizendo “arrependam-se” ou, ainda, “estarei orando por vocês”.
Alguém
diz que viu alguém ser curado com a força da fé e repassa isso para o outro.
Aquele que recebeu o repasse também repassa, como num jogo coletivo de futebol
ou de basquete: “toma a bola que é tua e dá o passe”. Mas provar o
milagre ou a cura é que é difícil. Evidências! Evidências! Onde elas estão? Na
crença? Na fé?
Cada
pessoa pode acreditar no que quiser. Não temos nada com isso! Mas quando
aparece um idiota ou um alienado dizendo que o homem nasceu há 6 mil anos
através de um punhado de barro moldado por um deus tribal criado por um bando
de pastores da Idade do Bronze...
Isso
irrita! As pessoas que propagam isso são alienadas, interesseiras, “medrosas”,
e, quiçá, “loucas”. Mas acreditamos que loucura tem hora e dia para
acontecer, e fazer com que o outro também fique louco é crime.
Creia
no que quiser, mas guarde para si. Por mais estapafúrdia que seja sua crença,
procure não causar mal a ninguém com ela. Seja responsável. Acredita que um
deus possa lhe salvar se você pular do alto de um edifício? Então pule e saia
voando pelo espaço, faça um vídeo sobre isso. “E aterrisse ileso”.
Talvez assim possamos acreditar no poder de seu magnânimo deus.
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