sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

HUMANITAS Nº 54 – DEZEMBRO 2016 –PÁGINA 6

A necessidade de opinar

Especial para o Humanitas

Jorge Oliveira de Almeida é um autodidata e colaborador deste Humanitas. Mora no Rio de Janeiro/RJ

Os artigos publicados neste HUMANITAS refletem a capacidade intelectual de seus autores. A edição de outubro de 2016 está repleta de textos da melhor qualidade (eu diria que todos!), como sempre acontece.
Estão de parabéns os leitores desse pequeno grande jornal que se agiganta a cada dia. Como é dirigido aos livres pensadores, por isso mesmo auguramos que a quantidade de leitores se multiplique.
É de salutar importância que as ideias aqui apresentadas não sejam aceitas como absolutas, sem qualquer questionamento, mas que, ao contrário, sejam debatidas com racionalidade; porque não se trata de ganhar ou perder, pois essa linha de pensamento é totalmente fora de propósito, para nós, leitores e colaboradores. Devemos tão somente desejar que os artigos aqui expostos nos levem a concordar ou discordar, que nos levem a pensar, enfim, procurando alcançar a Verdade!
A Verdade não é para nós tão somente a verdade científica, que também não é absoluta, pois que pode ser revista e corrigida a qualquer tempo, diferentemente da religião, que procura impingir aos seus inocentes seguidores, por exemplo, que a Terra é o centro do Universo, e isso não depende de interpretação, pois é assim que está escrito nos livros sagrados. Não há como interpretar de outra maneira. 
 A verdade para nós não é a antítese da mentira. Ao discordarmos do que quer que seja, isso não significa que estamos a considerar que o nosso debatedor esteja faltando com a verdade. Significa, simplesmente, que não concordamos com o seu ponto de vista; isto, é claro, se temos certeza de suas boas intenções. 
Poderíamos discorrer sobre a Verdade, mas não seria o caso de aqui fazê-lo. Entretanto, é bom que se diga que a Verdade é uma só. Não existe uma verdade pela metade.
O problema é saber qual é essa verdade. Os debates servem justamente para isso, para procurar encontrá-la. Entretanto, podem existir diversas interpretações, o que não significa que possa haver mais de uma verdade!
 Por tudo isso, permito-me discordar de um dos pontos de vista do sr. Manfred Grellmann no artigo da última página do HUMANITAS de número 52, outubro/2016.
Ele comenta que o motivo para que não houvesse refrigerante numa feira em São Paulo seria devido a uma imposição da prefeitura, que considera que a não oferta de refrigerantes, mas de caldo de cana, obrigaria os fregueses a optar pelo caldo de cana, muito mais saudável, como ele mesmo diz, e questiona: “Cadê a liberdade de escolher o que se quer vender e beber?”
Entendo que o Estado, seja em que nível for, deveria preocupar-se com o bem-estar do cidadão e de seu desenvolvimento como pessoa, visando em última análise o desenvolvimento da sociedade.
Imagino que o sr. Manfred não atentou até onde pode chegar o questionamento por ele levantado.
Se verdadeiro aquele raciocínio, as drogas não deveriam sofrer limitações para venda e consumo.
Talvez também não tenha atentado ele para o fato que aquele tipo de raciocínio é típico do capitalismo, que não dá a mínima para a saúde do cidadão e não visa senão o lucro, não só vendendo qualquer produto à população, mesmo que lhe proporcione malefícios, como sem qualquer pejo adulterando medicamentos para doenças terminais.
  Assim, que me desculpe aquele companheiro, mas o Estado não funciona adequadamente porque os nossos representantes não são dignos de crédito, e isso confirma com suas ações, mas nesse caso me parece que a prefeitura de São Paulo está agindo dentro de suas precípuas atribuições, devendo pelo menos nesse caso específico, ser parabenizada.

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