sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

HUMANITAS Nº 66 – DEZEMBRO DE 2017 – PÁGINA 8

O brasileiro pintor de grandes murais

Portinari pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como O Lavrador de Café”, até gigantescos murais, como o painel Guerra e Paz”, presenteado à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, em 1956, e que, em dezembro de 2010, retornou para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
O artista também foi um ativista político-partidário, candidatando-se a deputado federal em 1945 pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a senador em 1947, pleito em que aparecia em todas as sondagens como vencedor, mas que perdeu com uma pequena margem de votos, fato que levantou suspeitas de fraude para derrotá-lo devido ao cerco aos comunistas.
Ele retratou questões sociais do Brasil e suas obras refletem influências do surrealismo, cubismo e da arte dos muralistas mexicanos. Sua arte figurativa valorizava as tradições da pintura. No ano de 1935 foi premiado, em Nova York, por sua obra "Café", e a partir desse momento passou a ser mundialmente conhecido.
Seus retratos mais famosos são o seu autorretrato, o retrato de sua mãe e o do famoso escritor brasileiro Mário de Andrade. Autor de quase cinco mil obras, o artista tinha reconhecimento internacional merecido, e recebia convites para exposições, além de encomendas de diversos países ao redor do mundo.
Em 1941, Portinari pintou os painéis para a Biblioteca do Congresso de Washington D.C. (EUA) com temas da história do Brasil, descobrimento, desbravamento da mata, catequese e descoberta do ouro.
Em 1946 recebeu a Legião de Honra do governo francês e, em 1956, com a inauguração dos painéis "Guerra e Paz" na sede da ONU, em Nova York, o prêmio Guggenheim. (Texto de Rafael Rocha)

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