EDITORIAL
O mito de um deus
O dia 25 de Dezembro foi uma data
tirada das festas dos pagãos nos primórdios da igreja católica, cujos líderes
desejavam incrustar o cristianismo na mente popular.
Eles adotaram o dia de adoração
ao Sol Invictus comemorado pelos
romanos como sendo o dia de nascimento de seu deus cristão.
O dia do Sol Invictus idolatrava o deus persa Mitra.
Foi uma data criada
hipoteticamente com festejos originários das crenças de outros povos não
cristãos que tinham muito mais motivos para comemorar o advento do sol.
Em suas terras, quando do solstício
de inverno, no hemisfério norte, o astro-rei era cultuado por trazer
luz, calor, colheitas etc.
O dia 25 de Dezembro, denominado
Dia de Natal, é simplesmente o dia do sol.
Os exploradores da fé criaram uma propaganda para esse dia com o
objetivo de incutir na cabeça dos ingênuos que um deus cristão havia nascido
nessa data e que as pessoas deviam presentear e amar e perdoar e serem
fraternas.
Ora, será apenas em tempo de festas, de lantejoulas,
de estrelinha guia e de fogos de artifícios que homens e mulheres devem mostrar
fraternidade e amor uns a outros?
Isso é tendência mítica introduzida pelo cristianismo nas mentes
ingênuas, utilizando a filosofia do medo e da adoração à morte para alavancar
um paraíso e um deus, inexistentes.
Por paradoxal que pareça, gente que odiou o próximo durante o
ano inteiro começa a dar abraços, presentes, cartões de boas festas para esse
mesmo próximo.
Todos ficam cegos no centro do niilismo do mundo moderno,
criando uma embalagem religiosa para a data e extrapolando pelo mundo a
hipocrisia de si mesmos.
Nenhum deus nasceu no dia 25 de dezembro. O deus cristão é
apenas uma mentira sagrada e lucrativa que deu certo.
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Zombaria
Rafael Rocha – Editor do Humanitas –
Recife/PE
Eis a minha zombaria dentro do dia/noite.
Uma zombaria cruel. Uma zombaria irônica. Uma zombaria aos homens
religiosos. Uma zombaria aos jogadores. Uma zombaria aos falsos cientistas. Uma
zombaria aos crédulos. Uma zombaria aos poetas da lua. Uma zombaria às mulheres
comportadas. Uma zombaria aos hipócritas. Uma zombaria sem limites.
Eu zombo das presepadas que homens e mulheres fazem para manter status. Eu zombo das ingenuidades de todos que se ajoelham e rezam para
deuses e santos. Eu zombo daqueles que dizem que um livro de capa preta contém
a palavra divina.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria às proibições feitas pelas leis
que impedem homens e mulheres de terem desejos loucos e de serem verdadeiros.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria aos políticos que prometem mundos
e fundos e roubam o mundo e os fundos prometidos.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria aos que dizem eu te amo
sem nunca sentirem a realidade calamitosa do amor.
Eis a minha zombaria eterna: zombaria aos que olham belas paisagens e
gritam aos quatro ventos que essa beleza é obra de um deus e não da natureza.
Eu zombo dos alienados que saem correndo como animais amestrados atrás
de líderes fabricados pelos jornais e pela televisão.
Eu zombo quando escuto elogios aos jovens que hoje estão a se comportar
de acordo com as conveniências das igrejas, da política e da sociedade.
Eu zombo dos velhotes e das velhotas que acreditam que estão em uma
idade cheia de beleza quando a morte traiçoeira espreita seus caminhos.
Minha zombaria tem estilo!
Sei que vão dizer o quanto estou sendo inconveniente. Mas eu continuo a
rir e a zombar, observando como esses humanos imbecis e cegos se deixam
programar para uma vida pensando no futuro, quando na verdade só existe um
passado.
Eu zombo de todos.
Na verdade, minha zombaria é feita com aquele tipo de alegria que só é
encontrada quando se fica bêbado do prazer de viver intensamente.
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