EDITORIAL
O RACISMO ESTÁ VIVO
No distante dia 20 de novembro de 1695 foi
assassinado por tropas portuguesas o maior de todos os líderes negros do
Brasil, Zumbi dos Palmares.
Ele foi um dos principais chefes do famoso
Quilombo dos Palmares localizado na Capitania de Pernambuco, atual União dos
Palmares, no estado de Alagoas.
O Quilombo era uma comunidade formada por
escravos negros fugidos das fazendas, prisões e senzalas e tinha um tamanho
quase igual ao de Portugal.
No seu auge, o quilombo abrigou mais de 30
mil pessoas.
Neste 20 de novembro de 2018, em homenagem
a Zumbi, comemoramos o Dia da Consciência Negra e este HUMANITAS
se junta a essa lembrança de lúta pela liberdade e igualdade dos negros e
negras do Brasil.
Não devemos também esquecer a companheira
de Zumbi, Dandara, com quem ele teve vários filhos.
Ela dominava técnicas de capoeira e
participou das estratégias de defesa do quilombo. Dandara foi uma mulher
guerreira e de ação.
A luta continua ainda hoje. Não somos o
país da democracia racial como afirmava o sociólogo Gilberto Freyre. O racismo
continua vivo.
Milhares de jovens negros entre 15 e 29 anos,
são assassinados por ano no Brasil e as suas mães estão nas periferias de
nossas cidades como trabalhadoras exploradas.
Pelo visto, a escravidão não acabou. É
premente que continuemos a lutar contra o racismo e também contra o feminicídio
das mulheres negras.
Necessário refletir mais profundamente sobre
as questões raciais e a situação do povo negro no Brasil e no resto do mundo.
A história da negritude no Brasil é a
história da resistência contra o poder da Casa Grande.
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O HOMEM TRANSGÊNICO
Gilberto Nogueira de Oliveira - Nazaré/BA
Zé Vaqueiro e sua família foram viver na
cidade grande, e alegaram que queriam ficar mais perto dos médicos, pois a
saúde de todos não andava muito bem.
Ao chegarem à cidade, foram vacinados
contra a gripe. A vacina veio de um laboratório americano e lhe garantiram que
era “tiro e queda”.
Disseram que a vacina foi feita com
experiências em cavalos. Zé Vaqueiro não entendeu muito bem, mas mesmo assim se
vacinou e sua mulher também.
Depois apresentaram a ele uma mistura
estranha de soja. Ele comeu e gostou.
Em seguida apresentaram ao milho. Tinha
grãos grandes e vistosos. Ele comeu e gostou.
Logo sua mulher conheceu um vizinho. Era o
homem trifásico. Ela comeu e gostou.
Certa noite, Zé Vaqueiro sonhou com sua
antiga boiada.
Quando acordou, ele sentiu um negócio
estranho na testa. Tinha forma e textura de uma coroa de abacaxi. Ao virar-se,
sentiu uma coisa no traseiro.
Passou a mão e constatou que era um rabo.
Tinha se tornado um veado.
Lembrou que a soja e o milho tinham um leve
gosto de plástico, mas bem temperado com conservantes, até que ficou gostoso.
Tinha procurado o vizinho que lhe disse que era moda aquelas comidas e ele logo
aderiu.
Ao chegar em frente ao espelho, teve uma
surpresa: no nariz, um tomate; no rosto e cabeça, capim humidícola. Na barriga,
uma melancia; entre as pernas, banana; nos pés e nas mãos, patas.
No cérebro, uma grande necessidade de
voltar ao campo para pastar capim orgânico.
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