quarta-feira, 28 de novembro de 2018

HUMANITAS Nº 78 - DEZEMBRO DE 2018 - PÁGINA 2

 
  EDITORIAL
Final de ano

Estamos chegando ao final de mais um ano e aqui renovamos nossas esperanças de que o ano de 2019 seja melhor.
Neste final de 2018, graças aos nossos colaboradores e articulistas, todos nós do Humanitas nos sentimos felizes por continuarmos trazendo para nossos leitores conhecimentos culturais e humanos dos mais variados.
Sabemos como é problemático manter este pequeno jornal em plena atividade o que não é uma tarefa fácil pois depende de ajuda das pessoas, da confiança dos articulistas e dos leitores como parceiros na vida.
Essa parceria é uma tarefa fundamental para a construção do conhecimento cultural/científico.
Por isso consideramos que neste ano que se encerra nossa luta foi gratificante graças aos leitores, articulistas e colaboradores financeiros.
Todos estão complementados em unidade, de forma voluntária, o que, diga-se de passagem, é uma atitude louvável, e permanecem empenhados em fornecer dentro do tempo e das possibilidades financeiras de cada um a ajuda inestimável para que o Humanitas exista.
Nossos sinceros votos de boas festas aos que fazem parte de nosso corpo editorial bem como aos leitores.
Pulemos por sobre as ondas do pessimismo e estruturemos nossas metas para 2019 e que possamos nesse ano que começa renovar nossas esperanças e confiança em um mundo melhor.
Mesmo que não façamos promessas vamos abraçar os amigos, curtir a vida e trabalhar sempre pelo melhor para que o ano de 2019 seja um ano cheio de conquistas e realizações.
E que todos tenham uma boa leitura deste Humanitas.

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Indignação
Antonio Carlos Gomes – Guarujá/SP

Hoje, cada moita de capim que se arranca para fazer uma edificação me agride, cada animal que se abate ou se caça me indigna, cada bomba que se arremessa me desestrutura.
Quem somos nós para ultrapassar nossas necessidades? Qual programa televisivo teve o descaramento de mostrar, justo a este ser destruidor, que ele era o centro do universo, e que todo este espaço, dos quais nada entendemos e não conseguimos nem tampouco imaginar, está ao nosso exclusivo dispor?
Lembrem: Tudo começou numa junção de aminoácidos num ambiente sombrio. Um mundo em ebulição, em formação, com seus vulcões com suas lavas e um novo oceano. Uma vibração gigantesca e o inorgânico num acaso torna-se orgânico. É o que diz a ciência.
No continuo cientifico dessa formação, estes seres não celulares necessitavam de apenas duas coisas, um local e sua alimentação (a ciência pode deduzir, mas não esclarecer qual). Criaram um invólucro e necessitaram se agrupar para não mais andar ao sabor do mar. Sua reprodução por brotamento ou mitose só aí passou a sexuada.
Segundo a evolução foi esse processo que tornou coberto de verde os mares e a terra. Só depois de esverdear o planeta é que foi possível a vida aos seres móveis e à continuidade evolutiva. Após bilhões de anos chegou ao homem.
Este transformou os instintos em afetos. Negou veementemente que conservasse tantos instintos, mesmo com a história da humanidade que nos é conhecida desmentindo.  Não houve um dia sem guerra, nem um dia sequer que um homem não matasse outro homem; de preferência separando a cabeça do corpo.
Dos dois instintos iniciais, fixação e reprodução, a necessidade de manutenção da espécie precisou de acasalamento e criamos o amor, que negamos como instinto, mas o disputamos e, pior ainda, ocasionalmente matamos a fêmea, coisa que os animais não são tão retardados a ponto de fazê-lo. Este instinto de vida, com Eros se apoiando nele é o homem de hoje, que se comunica pela fala e se acha dono de tudo.
Pergunto: De quê o homem é dono? O mundo existiria sem o homem? A resposta é muito clara. De nada somos donos e o planeta não depende de nós. Aliás, somos apenas um micro piolho dando imperceptível irritação no couro cabeludo do planeta Somos apenas intrusos e não o centro da criação.
Não temos direito de destruição. Não temos direito de usar mais do que nos é necessário. Não temos direito de soltar bombas e perfurar o solo para tirar elementos que não são nossos. Somos apenas invasores atrevidos.

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