quinta-feira, 4 de julho de 2019

HUMANITAS Nº 85 - JULHO DE 2019 - PÁGINA 8

Um breve histórico do Pai da Aviação
Rafael Rocha é jornalista e editor deste Humanitas. Atua na cidade do Recife/PE

Neste mês de julho, mais precisamente no dia 20, vale a pena lembrar os 146 anos de nascimento do brasileiro do ar
Ele foi o homem que planejou e criou o primeiro avião do mundo capaz de realizar um voo completo, incluindo decolagem, permanência no ar e pouso, sem a necessidade de uma rampa para lançamento, decolando do chão e subindo livre ao espaço. 
Chamado 14 Bis, o avião também ficou conhecido em francês como Oiseau de Proie, que significa Ave de Rapina.  
A demonstração de Santos Dumont, considerado Pai da Aviação, aconteceu em 12 de novembro de 1906, em Paris, na França.  
A façanha foi acompanhada por uma multidão de testemunhas, inclusive a imprensa europeia, e teve sua autenticidade certificada pelo Aero Clube da França e pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI), que reconheceram o voo como o primeiro da história. 
Este voo atingiu 220 metros, em 21 segundos, a uma velocidade média de 37,4 km/h. 
A FAI ainda homologou o primeiro recorde de distância de um aparelho mais pesado que o ar e em outra demonstração, o primeiro recorde de velocidade, com a marca de 41,3 km/h. 
Alguns dias antes, em uma primeira tentativa não registrada oficialmente, realizada em 23 de outubro de 1906, o aviador Santos Dumont voou cerca de 60 metros com o 14 Bis. 
Neste voo, o brasileiro atingiu uma altura entre dois a três metros.  
O inventor ainda projetou, construiu e voou nos primeiros balões dirigíveis com motor a gasolina, mérito também reconhecido internacionalmente. Em 19 de outubro de 1901, ele ganhou o Prêmio Deutsch, ao pilotar seu dirigível número 6, em um voo de 30 minutos contornando a Torre Eiffel, em Paris. 
Valendo 100 mil francos (moeda da época), o prêmio foi criado pelo milionário do petróleo Henri Deutsch de la Meurthe e seria destinado à primeira pessoa que conseguisse fazer tal trajeto com uma máquina voadora motorizada. 
Com a realização, o brasileiro se transformou em uma das pessoas mais famosas do mundo durante o século XX.   
Santos Dumont nasceu em 20 de julho de 1873 na cidade de Palmira/MG. Ainda menino, começou a construir pipas e pequenos aeroplanos movidos por uma hélice acionada por molas de borracha torcida.  
Residindo na França desde os 17 anos, estudou Ciências e viajou por diversos países da Europa. Um verdadeiro gênio da aviação, ele dedicou sua vida a criar máquinas voadoras, projetando, construindo e pilotando diversos dirigíveis, aeroplanos e ultraleves.  
Em 1900, o inventor já havia criado nove balões, com dois que se tornaram famosos: o Brazil, inflado a hidrogênio e estreado em 4 de julho de 1898 e o Amérique, que em 13 de junho de 1899 obteve o quarto lugar em um torneio aéreo, destinado ao balonista que pousasse mais distante do ponto de partida. 
Simultaneamente ao balonismo, Santos Dumont começou experiências com dirigíveis. O primeiro projetado foi o N1, com 25 metros de comprimento e 180 de cubagem, que foi inflado no dia 18 de setembro de 1898. O experimento acabou rasgado antes do voo, devido a uma manobra errada dos ajudantes. 
Em 1908, Dumont foi diagnosticado com esclerose múltipla e não era mais capaz de pilotar. Em 28 de setembro de 1909 realizou seu último voo. A doença o levou a uma profunda depressão e em 23/07/1932, no Guarujá/SP ele cometeu suicídio aos 59 anos de idade.  
Depois da apresentação do primeiro avião do mundo construído por Santos Dumont, os irmãos Wright, nos EUA, reivindicaram o recorde. Porém, a máquina dos ianques não conseguia decolar por si mesma, necessitando de impulso e de uma rampa de lançamento.

 
 
 

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