sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

HUMANITAS Nº 31 – JANEIRO/2015 – PÁGINA 5

A MÁ-FÉ DE BRAÇOS DADOS COM AÇÕES ANTIDEMOCRÁTICAS
Carlos Demócrito A. de Lima – Recife/PE

O termo “bolivarianismo” tornou-se moda no meio público (população, políticos e mídia) que teima em não aceitar a democracia no Brasil.
Quem utiliza esse chavão, na verdade, é totalmente desinformado ou o utiliza de má-fé para influenciar pessoas menos esclarecidas com ideias sem pé e sem cabeça.
Lamentável, principalmente quando um juiz do Supremo Tribunal também invoca o termo contra o governo, atentando contra a nossa Constituição.
O ex-presidente venezuelano Hugo Chávez foi quem criou o termo “bolivarianismo”, que se origina do sobrenome de Simón Bolívar, libertador da América espanhola.
Os políticos de oposição no Brasil resolveram apossar-se também desse termo para criticar o governo legitimamente eleito, dizendo que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff estariam "transformando o Brasil em uma Venezuela", espalhando que “bolivarianismo” é sinônimo de comunismo. Muitos, no analfabetismo histórico e político, nem sabem quem foi Simón Bolívar.
Se não fosse tanta ignorância ou uso de má-fé por parte de pessoas formadoras de opinião ou de outras que estão no mais alto cargo jurídico ou de outras que são representantes do povo no Congresso nacional isso seria até uma piada.
Mas não o é pelo simples fato que visam acabar com a engatinhante democracia brasileira e tornar o país ingovernável.
Seria bom que as pessoas que gostam de repetir esse chavão (“bolivarianismo” pra lá e pra cá) resolvessem buscar mais conhecimentos históricos.
A palavra “bolivarianismo” provém do sobrenome do general venezuelano do século XIX, Simón Bolívar, que liderou os movimentos de independência da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru e da Bolívia contra o império espanhol.
“Bolivarianismo” está muito longe de ser uma ditadura comunista. A Venezuela, Bolívia e Equador possuem estilos governamentais e sociedades humanas muito diferentes das da União Soviética de Stalin e demais seguidores. No regime stalinista não existia liberdade política ou pluralidade de partidos, sendo crime de lesa-pátria um cidadão pensar ou agir diferente da ideologia dominante. Aquele que fosse, falasse ou pensasse contra era enviado para o gulag soviético, campo de trabalho forçado e símbolo da repressão ditatorial stalinista.
Nos países latino-americanos nada disso ocorre. Neles existe total liberdade de expressão, tanto no seio da mídia como no da oposição partidária. E o Brasil também está inserido nesse meio democrático.
Sobre a ingênua (ou de má-fé) divulgação de que no governo Lula e hoje no governo Dilma o Brasil “virou uma Venezuela” isso é ainda mais engraçado, pois demonstra falta total de estudos ou de conhecimentos históricos.
Nosso país continua com suas raízes culturais e particulares. É parceiro econômico e estratégico da Venezuela, como também de muitos outros países latino-americanos. Porém, as diretrizes do governo Dilma Rousseff e do governo venezuelano e outros são bastante diferentes, tanto na retórica quanto na prática.
..................................
HISTÓRIA

Simón Bolívar nasceu na cidade de Caracas (Venezuela) em 24 de julho de 1783 e morreu na cidade de Santa Marta (Colômbia) em 17 de dezembro de 1830.
Foi um político e militar venezuelano que atuou no processo de independência da América espanhola.
Bolívar foi de grande importância para a independência da Colômbia, Panamá, Perú, Equador, Bolívia e Venezuela. Ele é uma das figuras históricas mais importantes da América Latina, sendo considerado um herói revolucionário.
Em função de sua atuação militar e política na emancipação de vários países latino-americanos, ficou conhecido como "O Libertador". Atuou também como presidente de alguns países que ajudou a libertar do domínio espanhol.
Simón Bolívar era de uma família aristocrata venezuelana. Estudou na Europa, onde teve contato com os ideais Iluministas.  Retornou para a Venezuela e entrou para as Juntas de Resistência. Em 1813, liderou o movimento de independência da Venezuela.
Em 1819, participou da fundação da Grande Colômbia (composta por Bolívia, Equador, Venezuela e Panamá) sendo escolhido governador. Foi presidente da Venezuela em 1819. Em 1824, junto com o futuro coronel Antonio José de Sucre, derrotou o exército espanhol, libertando o Peru. Governou esse país entre 1824 e 1827. Foi também presidente da Bolívia. Faleceu aos 47 anos de idade.
Entre suas frases preferidas podemos assinalar: "O sistema de governo mais perfeito é aquele que produz a maior quantidade de felicidade possível, maior quantidade de segurança social e maior quantidade de estabilidade política".

Nenhum comentário:

Postar um comentário