A MANIPULAÇÃO DAS MASSAS PELA RELIGIÃO CRISTÃ
Vanessa Fagundes – Campinas/SP
De
acordo com Karl Marx (ateu e idealizador de uma sociedade sem classes) a
religião é uma ferramenta utilizada pelas classes dominantes para que as massas
possam "aliviar" brevemente
seu "sofrimento", pelo ato
religioso de "experiência e emoção”.
Ele
afirma ser do interesse das classes dominantes inculcarem nas massas a
convicção religiosa de que seus atuais sofrimentos as levarão a uma "eventual felicidade".
Enquanto
as massas acreditarem na religião nunca tentarão um esforço genuíno para
compreender e superar a verdadeira fonte de seu sofrimento, que, na opinião do
Marx é o sistema econômico capitalista.
Marx
defendia que a religião seria utilizada para "controlar as pessoas" e que seria o "ópio do povo". Esta foi a razão para que os regimes
comunistas no passado e no presente restringissem a liberdade religiosa e
proibissem cultos religiosos.
Mas
isso tem motivação! Basta ler a Rerum
Novarum ((Das Coisas Novas) encíclica papal sobre a condição dos operários,
elaborada pelo papa Leão XII e publicada em 15/05/1891:
“...a opinião enfim mais avantajada que
os operários formam de si mesmos e a sua união mais compacta, tudo isto, sem
falar da corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito. Por
toda a parte, os espíritos estão apreensivos e numa ansiedade expectante, o que
por si só basta para mostrar quantos e quão graves interesses estão em jogo”.
“...contra a natureza todos os esforços
são vãos. Foi ela, que estabeleceu entre os homens diferenças multíplices e
profundas; diferenças de inteligência, de talento, de habilidade, de saúde, de
força; diferenças necessárias, de onde nasce espontaneamente a
desigualdade das condições”.
“...Entre os deveres, eis os que dizem respeito ao pobre e ao operário: deve
fornecer integral e fielmente todo o trabalho a que se comprometeu.”
“...deve fugir dos homens perversos
que, nos seus discursos artificiosos, lhe sugerem esperanças exageradas e lhe
fazem grandes promessas, as quais só conduzem a estéreis pesares e à ruína das
fortunas."
“...Os costumes cristãos reduzem o
desejo excessivo das riquezas e a sede dos prazeres... contentam-se enfim com
uma vida e alimentação frugal, e suprem pela economia a modicidade do
rendimento, longe desses vícios que consomem não só as pequenas, mas as grandes
fortunas, e dissipam os maiores patrimônios”.
(A Igreja Católica manda defender os
maiores patrimônios contra a ganância dos pobres!)
“....o trabalho tem uma tal fecundidade
e tal eficácia, que se pode afirmar, sem receio de engano, que ele é a fonte
única de onde procede a riqueza das nações”.
“A equidade manda, pois, que o Estado se
preocupe com os trabalhadores, e proceda de modo que, de todos os bens que eles
proporcionam à sociedade, lhes seja dada uma parte razoável, como habitação e
vestuário, e que possam viver à custa de menos trabalho e privações.”
(Prover o básico para quem trabalha é
muita caridade!)
“...O trabalho muito prolongado e pesado
e uma retribuição mesquinha dão, não poucas vezes, aos operários ocasiões de
greves”.
“É preciso que o Estado ponha cobro a
esta desordem grave e frequente, porque as greves causam dano não só aos
patrões e aos mesmos operários, mas também ao comércio e aos interesses
comuns”.
(A religião através dessa encíclica
defende interesses comuns? De quem?)
“...Certamente em nenhuma outra época se
viu tão grande multiplicidade de associações de todo o gênero, principalmente
associações operárias. Opinião confirmada por numerosos indícios, que elas são
ordinariamente governadas por chefes ocultos, e que obedecem a uma palavra de
ordem igualmente hostil ao nome cristão e à segurança das nações: que, depois
de terem açambarcado todas as empresas, se há operários que recusam entrar em
seu seio, elas fazem-lhe expiar a sua recusa pela miséria.”
Conclusão:
o cristão e as igrejas cristãs querem uma sociedade em que o pobre aceite que
deve continuar pobre para proteger o patrimônio do rico.
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Nota da
autora - Devo
ressaltar que não sou a favor do comunismo da forma como foi desenvolvido. É
importante lembrar que o seu idealizador nunca chegou a descrever como seria a
concretização do comunismo e, portanto, tudo que se chama de comunismo hoje é
uma subversão dos ideais marxistas.
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