sábado, 31 de janeiro de 2015

HUMANITAS Nº 32 – FEVEREIRO DE 2015 – PÁGINA 7

Combater os pastores e libertar as ovelhas
Lilian Sokorowa – Londrina/PR - Especial para o Humanitas

Parece que um erro grosseiro de logística tem sido cometido por ateus e irreligiosos em geral: combater os pastores e não libertar as ovelhas, ensinando-as a não precisar de pastoreio.
Pelo bem da verdade, ovelhas não precisam de pastores, a não ser que queiram ser dominadas. Senão vejamos:
Quem surgiu primeiro: o pastor ou as ovelhas? Esta é aquela famosa pergunta que dá para se comparar com outra: "Quem surgiu primeiro: o ovo ou a galinha?" (odeio esta pergunta ridícula).
É óbvio que aqui a resposta não deixa dúvidas: foram as ovelhas! 
Ovelhas andavam soltas e livres pela natureza, pastando e indo para onde mais lhe aprouvesse, seguindo seus instintos naturais.
Quando surgiu a figura do pastor, foi para grupá-las e dominá-las. Com o pastor, as ovelhas perderam a sua liberdade de ir e vir e decidir por si mesmas e passaram a seguir apenas o comando do seu líder.
Pastores nada têm de bonzinhos. Cuidam das ovelhas, mas como quem cuida do seu patrimônio e não por instinto de proteção a elas.
Ovelhas são dóceis e facilmente aceitam comandos, sem se rebelar. Acho que não é por outra razão que os crentes são chamados de "ovelhinhas do Senhor" ou "ovelhas do seu pastor". E eles parecem orgulhar-se disso porque não se ofendem de serem tratados como ovelhas.
Não só não se ofendem como admitem serem mesmo como ovelhas e até, orgulhosamente, se filiam a "clubes de ovelhas" e "sites de compras coletivas para ovelhas".
Não vou citar nomes, mas esses clubes e sites existem e possuem milhares de ovelhas filiadas, da mesma forma como existem os cartões de crédito crentes, das assembleias de Deus e das neopentecostais, com milhares de adesões. 
Pastor pensa (pouco, maldosamente, mas pensa). Ovelhas não pensam. Na comparação, seria o caso de se dizer que o perigoso é o pastor, por ser ele quem comanda as ovelhas.
Mas e se não houvesse ovelhas para comandar, haveria pastores? Este é o ponto. Enquanto existirem ovelhas dóceis dispostas a aceitar comandos, haverá sempre um ou mais pastores querendo liderá-las.
Os pastores adoram-nas porque ovelhas dão lucro.
Como não se pode acabar com as ovelhas, devemos ensiná-las a voltar ao seu "status quo ante", isto é, livres na natureza, para agirem por conta própria, sem precisar de pastor.
Mantendo as ovelhas inacessíveis aos pastores, talvez assim, sem freguesia, essa classe oportunista desapareça da nossa sociedade.

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Texto original publicado na rede www.irreligiosos.ning.com

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COMENTÁRIOS

Alfredo Bernachi disse: Religião é apenas a fachada de um objetivo maior: enriquecer à custa de seus seguidores.
Exatamente como a caridade que eles propalam. Apenas propaganda. Arrecadam um milhão e dão 20 mil em caridade. Chamam a televisão e os crédulos para testemunharem. O resto eles embolsam.
Assim, fica a questão: Qual é o objetivo da religião? O que está sendo exposto ou o que está sendo oculto?
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Ivo S. G. Reis disse: A TV é uma forte aliada das religiões. As pessoas sofrem lavagens cerebrais nos templos e em suas casas, diante da telinha. E o povo (infelizmente) tende a acreditar no que vê na TV.
Não é por outra razão que até a Rede Globo, de orientação católica e contra os evangélicos, entrou nesse mercado.
Antes de tudo, é uma empresa e, como tal, não dispensa o lucro. Por isso, tem agora o seu selo musical, investindo em músicas gospel e de louvor, que não faz distinção.
A mídia passou a apoiar fortemente a doutrinação religiosa e na luta contra ela o buraco é mais embaixo. Quem sustenta tudo isso? As ovelhas! Qual o caminho?
Libertar as ovelhas, usando, para isso, a contrainformação e a contrapropaganda, porque estamos numa guerra de informação.
Assim, acho que todos os ateus devem ajudar. O problema é que os inimigos também estão na internet e têm grana e nós não, além de sermos dispersos.

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