REFÚGIO
POÉTICO
Voltei, Recife
Lourenço
da Fonseca Barbosa (Capiba)
Voltei, Recife
Foi a saudade
Que me trouxe pelo braço
Quero ver novamente "Vassoura"
Na rua abafando
Tomar umas e outras
E cair no passo
Foi a saudade
Que me trouxe pelo braço
Quero ver novamente "Vassoura"
Na rua abafando
Tomar umas e outras
E cair no passo
Cadê "Toureiros"?
Cadê "Bola de Ouro"?
As "Pás", os "Lenhadores"
O "Bloco Batutas de São José"?
Quero sentir
A embriaguez do frevo
Que entra na cabeça
Depois toma o corpo
E acaba no pé
Cadê "Bola de Ouro"?
As "Pás", os "Lenhadores"
O "Bloco Batutas de São José"?
Quero sentir
A embriaguez do frevo
Que entra na cabeça
Depois toma o corpo
E acaba no pé
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Frevo da Saudade
Nelson
Ferreira
Quem tem saudade
não está sozinho
tem o carinho
tem o carinho
da recordação
por isso quando estou mais isolado
estou bem acompanhado
por isso quando estou mais isolado
estou bem acompanhado
com você no coração
Um sorriso,
um abraço e uma flor
tudo é você na imaginação
serpentina ou confete,
um abraço e uma flor
tudo é você na imaginação
serpentina ou confete,
carnaval de amor
tudo é você no coração
você existe como
tudo é você no coração
você existe como
um anjo de bondade
e me acompanha nesse
e me acompanha nesse
frevo de saudade
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Recife, manhã de sol
J. Michiles
Vejo o Recife prateado
À luz da lua que surgiu
Há um poema aos namorados
No céu e nas águas dos rios
Um seresteiro, um violão
Anunciando o amanhecer
Um sino ao longe a badalar
Recife inteiro vai render
Ave Maria ao pé do altar
Bumba-meu-boi, Maracatu
Recife dos meus carnavais
Não vejo mais sinhá mocinha
À luz de um lampião de gás
És primavera dos amores
Do horizonte és arrebol
Vai madrugada serena
Traz delirante poema
Recife manhã de sol
Vejo o Recife prateado
À luz da lua que surgiu
Há um poema aos namorados
No céu e nas águas dos rios
Um seresteiro, um violão
Anunciando o amanhecer
Um sino ao longe a badalar
Recife inteiro vai render
Ave Maria ao pé do altar
Bumba-meu-boi, Maracatu
Recife dos meus carnavais
Não vejo mais sinhá mocinha
À luz de um lampião de gás
És primavera dos amores
Do horizonte és arrebol
Vai madrugada serena
Traz delirante poema
Recife manhã de sol
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TRIBUTO A CARLOS PENA FILHO
Carlos Souto Pena Filho
nasceu em 17 de maio de 1929 no Recife-PE, onde faleceu em 11 de julho de 1960.
Filho de Laurindo e Carlos Souto Pena (portugueses) fez seu curso primário em
Portugal e o secundário no
Colégio Nóbrega, Recife, concluindo nesta cidade seu curso universitário,
formando-se em Direito pela
Faculdade de Direito do Recife, em frente a qual se encontra o seu busto.
Estreou em livro no ano de
1952 com o volume O Tempo da Busca
(Edições Região) seguindo-se Memórias do
Boi Serapião (Gráfico Amador – 1965 - Recife); A Vertigem Lúcida (Secretaria da Educação/PE -
1958) e Livro Geral (Rio de Janeiro -
Livraria São José, 1958). Morreu num
acidente de automóvel aos 30 anos.
Carlos Pena Filho é muito pouco conhecido talvez devido à alta qualidade
de sua criação poética.
De acordo com a crítica
especializada, ele era dono de um lirismo envolvente. Um poeta de imagens
plásticas nas quais se destacava um intenso gosto pela cor - em particular o azul
e o verde.
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