Texto de Rafael Rocha – Jornalista – Recife
publicado no HUMANITAS nº 01 – Setembro/2012
Como ateu declarado é frequente que muitas
pessoas me façam perguntas sobre o motivo pelo qual falo e escrevo contra as
religiões e resolvam me fornecer conselhos descabidos.
– Ora, se você é ateu, por que liga tanto
para as religiões? Por que fala tanto contra as religiões? Achamos que você não
devia falar tanto sobre isso. Vamos viver e deixar viver. Por que é tão
importante falar e ser contra a religião?
Querem saber por que é TÃO IMPORTANTE?
Vou explicar!
Falar contra religião é importante porque
toda e qualquer religião gosta de impor regras caprichosas tais como aquela de
dizer o que eu devo ou não fazer em determinado dia da semana. Toda e qualquer
religião quer impor na minha cabeça e nas cabeças de muitas pessoas que devemos
ser contra a legalização do aborto.
Falar contra religião é importante porque
religião discrimina e luta contra os direitos humanos, tal como faz contra os
direitos dos homossexuais.
Falar contra religião é importante porque a
religião rouba. Sim, rouba descaradamente nossos bolsos quando seus templos e
instituições não pagam imposto, aumentando assim a carga tributária para quem
nada tem a ver com isso. Todas as igrejas deveriam pagar imposto, porque elas
são, na realidade, as instituições que menos necessitam de suporte financeiro.
Falar contra a religião é importante porque
está escrito em nossa Constituição que o Brasil é um país laico, porém ainda
permanecem visíveis em todas as salas públicas símbolos religiosos católicos
como a cruz romana, o mais famoso instrumento de tortura, bem como em nosso
dinheiro fabricado na Casa da Moeda está inserida a frase DEUS SEJA LOUVADO.
Isso é um crime contra a Carta Magna.
Falar contra religião é importante porque
religião mata. Sim, religião mata em nome de um deus. Bilhões de pessoas
inocentes já morreram no mundo por causa da ideia religiosa. Que tal uma
pequena relação?
A batalha do segundo século pela conquista
do muro sagrado dos judeus ocasionou 2 milhões de mortos. As famosas Cruzadas
deixaram um milhão de mortos. As guerras francesas do século XVI causaram
quatro milhões de mortos. Mais de 900 mil indígenas foram mortos na América no
Norte em nome da religião.
Aqui no Brasil, a cruz e a espada dizimaram
outro tanto, sem falar na América de língua espanhola. A rebelião no século
XVIII matou 30 milhões de pessoas. A religião na guerra sino-japonesa causou 10
milhões de mortes. O holocausto causou 11 milhões de assassinatos. A guerra dos
Trinta Anos teve 11 milhões e 500 mil mortos. E a lista continua, nunca para.
Não acreditam? Estudem História.
Falar contra religião é importante porque a
religião atrasa o desenvolvimento e o progresso da ciência e da tecnologia. As
instituições religiosas de quaisquer espécies estão lutando contra as pesquisas
sobre as células-tronco e impedindo que haja financiamento aos cientistas.
Falar contra religião é importante porque
religião inibe o uso de camisinhas no combate à AIDS, contribuindo assim para
espalhar a doença. A religião também tenta distorcer o conhecimento das pessoas
ao tentar impor o ensino do criacionismo nas escolas, posicionando-se contra a
teoria da evolução do ser humano e do universo. O criacionismo, minha gente,
não tem embasamento científico.
Falar contra religião é importante porque a
religião incentiva e apoia a abstinência e a ignorância sexual nas escolas,
fato que contribui sobremaneira para que na adolescência, sejam disseminadas
gravidezes indesejadas e doenças. Outro atraso contra a ciência e a tecnologia
e que a religião tenta empurrar goela abaixo diz respeito ao que chamamos de
aquecimento global. As religiões dizem que o aquecimento global é um mito ou
uma conspiração, fundamentando essa ideia de que um deus bondoso está a olhar
para nós e que esse tal deus jamais vai deixar o planeta Terra ser destruído.
Falar contra religião é importante porque
religião impõe diversos tipos de turbulências psicológicas em seus membros. A
religião rouba o pensamento livre das crianças, obrigando os pais a
doutriná-las a favor de um deus qualquer antes mesmo que as crianças tenham a
capacidade de pensar. Falar contra a religião é importante porque a religião é
sexualmente opressiva quando diz aos seus membros o que é certo e errado para
se fazer na cama e desafia os instintos humanos a proibir o sexo antes do
casamento.
Falar contra religião é importante porque a
religião discrimina as pessoas por cor, homossexuais homens e mulheres. A
religião discrimina toda e qualquer pessoa que não siga as regras que ela
impõe. Religião, portanto, é atraso.
Religião rouba a liberdade de pensamento. Por isso é importante falar contra a
religião.
Já se passaram mais de dois mil anos e a
religião continua apregoando histórias fantásticas sobre seres invisíveis. E
padres e pastores se locupletando com dinheiro e mais dinheiro das pessoas
ingênuas com a promessa de uma vida melhor após a morte. Outra mentira
cabeluda.
Está na hora de se fazer algo contra isso.
Assim, falar contra a religião não é um crime. Desde quando falar a verdade é
crime? Não devemos nos conformar com a ideia apregoada pela religião ao dizer
para o mundo ASSIM É. As coisas só são e serão quando permitimos que elas
sejam, e não porque um deus invisível e seus representantes querem que sejam.
Falar contra religião é fugir da
manipulação cuja escala mundial é enorme. Por tudo isso eu falo contra a
religião e as religiões. Por tudo isso eu acho importante falar contra as
religiões. Quando as religiões governaram o mundo os resultados foram catastróficos.
Não
devemos deixar acontecer isso outra vez.
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