Texto de Valdeci
Ferraz - Advogado - Caruaru/PE
Publicado no
HUMANITAS nº 10 - Maio/2013
Não. O
cristianismo não é difícil de ser vivido. É impossível! Duvido sinceramente que
alguém, depois de levar uma bofetada na cara, ofereça o outro lado. Duvido que
alguém, cuja filha tenha sido estuprada e morta, venha a perdoar e amar o
criminoso. O que vemos, na maioria das vezes, são pessoas mentindo mais para si
mesmas, querendo mostrar tal estado de “santidade” (na verdade uma hipocrisia),
afirmando ter perdoado um desafeto. Amamos em primeiro lugar a nós mesmos
(natural e necessário). Em segundo lugar, àqueles a quem conhecemos e com os
quais convivemos, em terceiro seguimos as instituições que adotamos para
representar nosso próprio eu como símbolo de superação, poder, prestígio: o
time de futebol, a religião, o partido político etc.
Como animal social, necessitamos da companhia do outro para a confirmação de nossa humanização. Observemos o homem no meio de uma turba e isoladamente. Na turba, envolvido pela força do grupo ele é capaz de coisas que jamais faria sozinho. E isto inclui matar, ferir, agredir, chorar, sorrir, cantar e diversas outras coisas.
Outra característica do ser humano (e isso também vale em muitos casos para os animais irracionais) é a necessidade de liderança. A liderança se impõe como fator básico para a sobrevivência. Em todo bando existe um líder, em todo grupo tem de existir um chefe, senão o grupo desaparece. No meio dos animais o líder se impõe pela força. Entre os homens o líder se impõe pela inteligência, incluindo nela a força e seus diversos avatares.
É a inteligência que leva o líder a manipular a história, a trabalhar as emoções, a motivar a união para que os demais permaneçam cada vez mais subservientes e mansos. Daí o surgimento de líderes espirituais, gurus, feiticeiros, pastores, padres, pais de santos. O cristianismo, da maneira que foi concebido e organizado inicialmente por Paulo de Tarso e depois pelos líderes religiosos, constituiu-se em um poderoso fator de alienação do homem por atender às necessidades acima citadas, com a vantagem de acrescentar ainda um algo mais: uma vida de gozo eterno após a morte.
Os líderes políticos perceberam - começando pelo Imperador Constantino - que seus poderes e prestígios aumentariam sensivelmente se pudessem contar com o apoio daquela massa de fanáticos, homens e mulheres dispostos a morrer sem renegar a sua fé.
Antes do Concílio de Trento, os cristãos se dividiam em alguns aspectos doutrinários referentes à vida de Jesus Cristo. Questões como a adoração do sábado, a natureza humana ou divina de Jesus, os evangelhos que deveriam ser escolhidos para a humanidade, o celibato dos padres, e outros pontos de menos importância.
Ficou então determinado que o dia da adoração fosse o domingo (entre os pagãos aquele dia era consagrado ao deus sol). A natureza de Jesus seria dupla: humana e divina. Os evangelhos deveriam procurar sempre a unidade, ou seja, uma harmonia para confirmar a natureza divina do filho de Deus. E assim a humanidade mergulhou na maior farsa de todos os tempos, até o surgimento do Iluminismo, fase que determinaria uma guinada de cento e oitenta graus em relação às trevas oriundas da alienação cristã.
O problema da seca no Nordeste do Brasil bem que exemplifica o prejuízo que o cristianismo trouxe ao homem nordestino. Convicto que existe um deus criador do universo e controlador de todas as coisas, e que atende às suas orações e se compadece do seu sofrimento (quando isso não acontece não é culpa desse deus, e sim do próprio homem), e que reservou-lhe uma vida eterna em algum lugar no mundo espiritual, o homem nordestino se conforma com todo o mal que lhe acomete, não reclama, não reage, não faz pressão sobre o poder político, apenas reza e aceita a situação, esperando e acreditando cegamente que existe uma entidade por trás de tudo que há de se revelar no final.
Enquanto isso, os donos do poder, aqueles que poderiam resolver o problema da seca, tiram proveito dessa situação, apoderando-se dos recursos financeiros para si e para os seus, e em troca incentivando a alienação religiosa com apoio às iniciativas decorrentes das igrejas dos católicos e crentes. A população sofrida continua fazendo procissão e cultos, orando dia e noite para Deus mandar a chuva e nada acontece.
Enquanto o homem nordestino não perceber que o cristianismo, por ser uma farsa impossível de se viver, por ser desumano, é a causa do atraso e da miséria em que vive grande parte da humanidade, continuará olhando para o céu esperando uma resposta divina que nunca virá e ao seu redor o gado continuará morrendo e o povo sofrendo.
Como animal social, necessitamos da companhia do outro para a confirmação de nossa humanização. Observemos o homem no meio de uma turba e isoladamente. Na turba, envolvido pela força do grupo ele é capaz de coisas que jamais faria sozinho. E isto inclui matar, ferir, agredir, chorar, sorrir, cantar e diversas outras coisas.
Outra característica do ser humano (e isso também vale em muitos casos para os animais irracionais) é a necessidade de liderança. A liderança se impõe como fator básico para a sobrevivência. Em todo bando existe um líder, em todo grupo tem de existir um chefe, senão o grupo desaparece. No meio dos animais o líder se impõe pela força. Entre os homens o líder se impõe pela inteligência, incluindo nela a força e seus diversos avatares.
É a inteligência que leva o líder a manipular a história, a trabalhar as emoções, a motivar a união para que os demais permaneçam cada vez mais subservientes e mansos. Daí o surgimento de líderes espirituais, gurus, feiticeiros, pastores, padres, pais de santos. O cristianismo, da maneira que foi concebido e organizado inicialmente por Paulo de Tarso e depois pelos líderes religiosos, constituiu-se em um poderoso fator de alienação do homem por atender às necessidades acima citadas, com a vantagem de acrescentar ainda um algo mais: uma vida de gozo eterno após a morte.
Os líderes políticos perceberam - começando pelo Imperador Constantino - que seus poderes e prestígios aumentariam sensivelmente se pudessem contar com o apoio daquela massa de fanáticos, homens e mulheres dispostos a morrer sem renegar a sua fé.
Antes do Concílio de Trento, os cristãos se dividiam em alguns aspectos doutrinários referentes à vida de Jesus Cristo. Questões como a adoração do sábado, a natureza humana ou divina de Jesus, os evangelhos que deveriam ser escolhidos para a humanidade, o celibato dos padres, e outros pontos de menos importância.
Ficou então determinado que o dia da adoração fosse o domingo (entre os pagãos aquele dia era consagrado ao deus sol). A natureza de Jesus seria dupla: humana e divina. Os evangelhos deveriam procurar sempre a unidade, ou seja, uma harmonia para confirmar a natureza divina do filho de Deus. E assim a humanidade mergulhou na maior farsa de todos os tempos, até o surgimento do Iluminismo, fase que determinaria uma guinada de cento e oitenta graus em relação às trevas oriundas da alienação cristã.
O problema da seca no Nordeste do Brasil bem que exemplifica o prejuízo que o cristianismo trouxe ao homem nordestino. Convicto que existe um deus criador do universo e controlador de todas as coisas, e que atende às suas orações e se compadece do seu sofrimento (quando isso não acontece não é culpa desse deus, e sim do próprio homem), e que reservou-lhe uma vida eterna em algum lugar no mundo espiritual, o homem nordestino se conforma com todo o mal que lhe acomete, não reclama, não reage, não faz pressão sobre o poder político, apenas reza e aceita a situação, esperando e acreditando cegamente que existe uma entidade por trás de tudo que há de se revelar no final.
Enquanto isso, os donos do poder, aqueles que poderiam resolver o problema da seca, tiram proveito dessa situação, apoderando-se dos recursos financeiros para si e para os seus, e em troca incentivando a alienação religiosa com apoio às iniciativas decorrentes das igrejas dos católicos e crentes. A população sofrida continua fazendo procissão e cultos, orando dia e noite para Deus mandar a chuva e nada acontece.
Enquanto o homem nordestino não perceber que o cristianismo, por ser uma farsa impossível de se viver, por ser desumano, é a causa do atraso e da miséria em que vive grande parte da humanidade, continuará olhando para o céu esperando uma resposta divina que nunca virá e ao seu redor o gado continuará morrendo e o povo sofrendo.
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