Texto
de Celso Lungaretti - Jornalista – São
Paulo (SP)
publicado
no HUMANITAS nº 10 – Maio/2013
O capitalismo desperdiça criminosamente as
possibilidades hoje existentes para o desfrute da existência, sobrecarregando
os seres humanos com trabalho inútil, excessivo e estressante. E os brasileiros
estão entre os que mais padecem sob essa nova escravidão. Já se sabe que 43%
dos profissionais no Brasil trabalham de nove a onze horas por dia. No restante
do mundo esse percentual é de 38%; 17% dos profissionais no Brasil e 10% em
outros países trabalham mais de onze horas por dia regularmente; no Brasil, 46%
dos profissionais levam trabalho para terminar em casa, mais de três vezes por
semana, no comparativo com o índice de 43% global; O sexo masculino no Brasil
(20%) tem quatro vezes mais chances de trabalhar 11 horas por dia, do que as
mulheres (4%).
Mais da metade dos profissionais no Brasil trabalha além das 8 horas por dia e mais de 40% leva trabalho para concluir em casa, daí advindo as consequências previsíveis: cresce o problema do estresse relacionado à pressão por resultados, os efeitos a longo prazo desse excesso de trabalho podem prejudicar tanto a saúde do profissional como a produtividade, já que os trabalhadores exigem demais de si mesmos e ficam frustrados, depressivos e até mesmo fisicamente doentes.
A progressiva redução da jornada vinha sendo uma constante depois da fase mais terrível do capitalismo selvagem, quando se trabalhava até 18 horas diárias nas minas de carvão europeias. Na esteira dos marcantes avanços científicos e tecnológicos das décadas de 1950 a 1980, a tendência acentuou-se, com a semana de 40 horas sendo cada vez mais adotada, enquanto na Europa já havia quem trabalhasse apenas quatro dias semanais. Isto apesar do parasitismo capitalista, do sem-número de ocupações desnecessárias que mantêm os homens labutando sem proveito nenhum para a sociedade, muito pelo contrário -- casos emblemáticos dos bancos e da indústria bélica.
A partir da globalização da economia e da imposição do neoliberalismo como credo econômico supremo, a humanidade andou para trás: o desemprego só fez aumentar e a jornada dos que trabalham (assalariados, autônomos, terceirizados, micros e pequenos empresários), idem. Muitos querem trabalhar e não podem, outros gostariam de trabalhar menos e também não podem: é a irracionalidade imposta pela ganância.
Como voltando ao século XIX, novamente as pessoas passaram a viver para trabalhar, mais do que trabalhar para viver, sacrificando o repouso, lazer, a convivência com os entes queridos e sua saúde física/mental. De certa forma, hoje a situação é pior ainda do que no capitalismo mais selvagem, quando, pelo menos, as mulheres eram poupadas da escravidão assalariada e podiam dedicar-se às crianças, ao invés de as depositarem em creches e escolinhas. Sua absorção pelo mercado de trabalho acabou aviltando os ganhos de todos e deixando os lares com poder aquisitivo equivalente ao que tinham no tempo em que só o marido e os filhos mais velhos trabalhavam fora. Foi a chamada mágica besta!
Mais da metade dos profissionais no Brasil trabalha além das 8 horas por dia e mais de 40% leva trabalho para concluir em casa, daí advindo as consequências previsíveis: cresce o problema do estresse relacionado à pressão por resultados, os efeitos a longo prazo desse excesso de trabalho podem prejudicar tanto a saúde do profissional como a produtividade, já que os trabalhadores exigem demais de si mesmos e ficam frustrados, depressivos e até mesmo fisicamente doentes.
A progressiva redução da jornada vinha sendo uma constante depois da fase mais terrível do capitalismo selvagem, quando se trabalhava até 18 horas diárias nas minas de carvão europeias. Na esteira dos marcantes avanços científicos e tecnológicos das décadas de 1950 a 1980, a tendência acentuou-se, com a semana de 40 horas sendo cada vez mais adotada, enquanto na Europa já havia quem trabalhasse apenas quatro dias semanais. Isto apesar do parasitismo capitalista, do sem-número de ocupações desnecessárias que mantêm os homens labutando sem proveito nenhum para a sociedade, muito pelo contrário -- casos emblemáticos dos bancos e da indústria bélica.
A partir da globalização da economia e da imposição do neoliberalismo como credo econômico supremo, a humanidade andou para trás: o desemprego só fez aumentar e a jornada dos que trabalham (assalariados, autônomos, terceirizados, micros e pequenos empresários), idem. Muitos querem trabalhar e não podem, outros gostariam de trabalhar menos e também não podem: é a irracionalidade imposta pela ganância.
Como voltando ao século XIX, novamente as pessoas passaram a viver para trabalhar, mais do que trabalhar para viver, sacrificando o repouso, lazer, a convivência com os entes queridos e sua saúde física/mental. De certa forma, hoje a situação é pior ainda do que no capitalismo mais selvagem, quando, pelo menos, as mulheres eram poupadas da escravidão assalariada e podiam dedicar-se às crianças, ao invés de as depositarem em creches e escolinhas. Sua absorção pelo mercado de trabalho acabou aviltando os ganhos de todos e deixando os lares com poder aquisitivo equivalente ao que tinham no tempo em que só o marido e os filhos mais velhos trabalhavam fora. Foi a chamada mágica besta!
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