Texto
de Antônio Carlos Gomes – Médico – Guarujá/SP
publicado
no HUMANITAS nº 6 –Janeiro/2013
Somos uma sociedade insegura com o amanhã. A segurança da população
e sua perspectiva de futuro não acompanharam o avanço tecnológico
Somos uma sociedade insegura com o amanhã. A segurança da população
e sua perspectiva de futuro não acompanharam o avanço tecnológico
Estamos numa
sociedade onde o novo é louvado e proclamado como o futuro presente, e a
solução para todos os problemas.
Realmente, a fibra ótica e o sistema de computações aproximaram o planeta e destrincharam elementos antes inacessíveis ao ser humano nas áreas de geologia, oceanografia e no próprio corpo do homem.
As notícias chegam instantaneamente, o que antes era feito por telégrafo ou cartas, sendo possível ver instantaneamente o que ocorre em qualquer lugar do planeta.
O estudo da reprodução e genoma permite corrigir pragas da lavoura, melhorar o diagnóstico das doenças e já se consegue realizar clonagens de animais com bons resultados.
Quanto à vida humana, esta segue com suas inseguranças e medos. A tecnologia, explorando misérias e desgraças, difunde isso de forma alarmante, ao ponto de grandes sociólogos se preocuparem com o Império do Medo imposto à população.
(Veja Baumann e Sennet com ótimos livros trazendo análises consistentes).
Na vida comum dos habitantes, o distanciamento, individualismo e as doenças nervosas principalmente a depressão, avançam a passo largo, como efeito colateral do sistema que quer exigir do vivente, a eficiência e a precisão das máquinas recém-descobertas. Cada resultado em desacordo com as normas é severamente admoestado e se houver a mínima possibilidade de risco a alguém, imediatamente é jogado nos meios de comunicação, linchando o agente da falha e espalhando pânico na população.
Já na parte econômica, política, jurídica e jornalística a situação muda repentinamente. Não há interesse em modernizar o poder. Toda ideia nova, toda possível melhoria, novos métodos de administração, controle, justiça e jornalismo são imediatamente taxados de subversivos e contrários à modernidade e atacados agressivamente pelos meios de comunicação. Caso a população venha a reivindicá-los em concentração e passeatas ordeiras, como aconteceu no mundo árabe, nos EUA e na Europa, os manifestantes são presos e acusados de desordem pública e baderna.
“A segurança da população e sua perspectiva de futuro não acompanharam o avanço tecnológico, o relacionamento pessoal a cada dia mais se deteriora, já se falando de novas formas de família nas discussões sociológicas, pois este modelo se esgotou”.
Somos uma sociedade insegura com o amanhã, impossível de programar, com medo e sem planejamento, já que temos apenas tarefas de trabalho e findas as mesmas, muda-se o grupo e temos que aprender novas habilidades, já que o mercado assim o exige.
Deste modo temos uma sociedade moldada como “moderna” com costumes impostos, nem de longe adquiridos, como é o normal aos viventes. Um Mercado que impõe todo nosso comportamento e um sistema administrativo que se porta como um sistema de domínio totalmente conservador na sua forma de poder, com resquícios dos Impérios.
Há necessidade urgente de revisão.
Realmente, a fibra ótica e o sistema de computações aproximaram o planeta e destrincharam elementos antes inacessíveis ao ser humano nas áreas de geologia, oceanografia e no próprio corpo do homem.
As notícias chegam instantaneamente, o que antes era feito por telégrafo ou cartas, sendo possível ver instantaneamente o que ocorre em qualquer lugar do planeta.
O estudo da reprodução e genoma permite corrigir pragas da lavoura, melhorar o diagnóstico das doenças e já se consegue realizar clonagens de animais com bons resultados.
Quanto à vida humana, esta segue com suas inseguranças e medos. A tecnologia, explorando misérias e desgraças, difunde isso de forma alarmante, ao ponto de grandes sociólogos se preocuparem com o Império do Medo imposto à população.
(Veja Baumann e Sennet com ótimos livros trazendo análises consistentes).
Na vida comum dos habitantes, o distanciamento, individualismo e as doenças nervosas principalmente a depressão, avançam a passo largo, como efeito colateral do sistema que quer exigir do vivente, a eficiência e a precisão das máquinas recém-descobertas. Cada resultado em desacordo com as normas é severamente admoestado e se houver a mínima possibilidade de risco a alguém, imediatamente é jogado nos meios de comunicação, linchando o agente da falha e espalhando pânico na população.
Já na parte econômica, política, jurídica e jornalística a situação muda repentinamente. Não há interesse em modernizar o poder. Toda ideia nova, toda possível melhoria, novos métodos de administração, controle, justiça e jornalismo são imediatamente taxados de subversivos e contrários à modernidade e atacados agressivamente pelos meios de comunicação. Caso a população venha a reivindicá-los em concentração e passeatas ordeiras, como aconteceu no mundo árabe, nos EUA e na Europa, os manifestantes são presos e acusados de desordem pública e baderna.
“A segurança da população e sua perspectiva de futuro não acompanharam o avanço tecnológico, o relacionamento pessoal a cada dia mais se deteriora, já se falando de novas formas de família nas discussões sociológicas, pois este modelo se esgotou”.
Somos uma sociedade insegura com o amanhã, impossível de programar, com medo e sem planejamento, já que temos apenas tarefas de trabalho e findas as mesmas, muda-se o grupo e temos que aprender novas habilidades, já que o mercado assim o exige.
Deste modo temos uma sociedade moldada como “moderna” com costumes impostos, nem de longe adquiridos, como é o normal aos viventes. Um Mercado que impõe todo nosso comportamento e um sistema administrativo que se porta como um sistema de domínio totalmente conservador na sua forma de poder, com resquícios dos Impérios.
Há necessidade urgente de revisão.
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