Texto publicado no HUMANITAS nº 9
– Abril/2013
A dita elite recebe o apoio do oligopólio da Grande Mídia para divulgar suas ações e fazer o povo seguir o rumo que ela deseja
A dita elite recebe o apoio do oligopólio da Grande Mídia para divulgar suas ações e fazer o povo seguir o rumo que ela deseja
Em 1º de abril deste 2013
já lá se foram 49 anos e a mídia continua a desvirtuar os fatos. Tentando
obrigar a esquecer. Hoje, passado tanto tempo, aqueles mesmos participantes do
golpe, militares e civis, dizem ser democratas. Os jovens deste século 21
ainda não estão bem informados sobre a verdade dos fatos. Eles não sabem nem
mesmo quais foram os principais articuladores do golpe, que culminou numa
ditadura. A resposta que eles têm na ponta da língua à pergunta sobre quem deu
o golpe é sempre a mesma: “Foram os militares do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica”.
Claro, muitos setores das nossas Forças Armadas conspiraram para derrubar o governo legítimo de João Goulart em 1964. E muito militar da mais alta hierarquia colocou armas nas ruas para concatenar e tornar realidade o golpe. Claro, muitos militares se prestaram a “trabalhar sujo”, reprimindo, matando, ocultando cadáveres, torturando. Mas não estavam sozinhos. Foram financiados por empresários civis, porque para manter todo aquele aparato de repressão era preciso dinheiro.
Mas a Grande Mídia montou a versão final e esta acabou por se firmar na cabeça do povo brasileiro: foram os militares. A Grande Mídia esqueceu-se de citar os banqueiros, os grandes industriais, os latifundiários, o grande capital internacional, o governo dos EUA, os oligopólios comerciais.
A Grande Mídia montou a versão que lhe servia. Esqueceu de citar os civis e que até grandes industriais atuavam como torturadores. Com os militares no poder, um determinado conjunto de civis começou a se aproveitar do esquema ditatorial e a alimentar cada vez mais a continuidade dele para se locupletar financeiramente. O maior setor a apoiar tudo isso foi o do grande oligopólio brasileiro da comunicação. Ocultou de todas as formas possíveis os verdadeiros fatos ocorridos.
No fim da ditadura, resolveu colocar apenas os militares como os responsáveis. Após o fim desse esquema ditatorial a Grande Mídia articulou-se nos bastidores para participar da nova festa. Ela e os empresários que financiaram o golpe e a ditadura, após a retomada do governo pelos civis transformaram os militares em "bois de piranha".
Por que não citam os nomes dos grandes industriais, dos grandes banqueiros, dos políticos civis que hoje se dizem democratas de estirpe e contrários ao golpe?
A nossa Grande Mídia tem personalidade incomum. É transformista. No período do golpe militar de 1º de abril de 1964, mostrou-se adequada e conivente. E ao lado de empresários e monopólios poderosos mostrou sua cara.
Vejamos como os grandes jornais do Brasil, falavam do golpe civil/militar na época em que ocorreu:
O Globo (RJ) - “(...) o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. (...) Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente.
Jornal do Brasil (RJ) - “Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”. (1º de abril).
O Estado de Minas (MG) - “Multidões em júbilo na Praça da Liberdade. Ovacionados o governador do estado e chefes militares. O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade”.
O Dia (RJ) - “A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”.
Tribuna da Imprensa (RJ) - “Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou, o sr. João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu”.
O Povo (CE) - “Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser pelo bem do Brasil” (3 de abril).
O Cruzeiro (RJ) - “Uma razzia de sangue vermelha como eles, atravessaria o Brasil de ponta a ponta, liquidando os últimos soldados da democracia, os últimos paisanos da liberdade” (revista semanal – 10 de abril).
Infelizmente, é fato incontestável que o oligopólio brasileiro da comunicação desvirtua a verdade na maior parte das ocasiões. Essa foi uma delas, destacando-se o caráter de classes do golpe de abril de 1964.
Na verdade, os direitistas - mídia, empresariado, latifúndio, ianques – foram os principais artífices do golpe. Ainda hoje, neste século 21 continuamos a sofrer na pele imensas dificuldades no caso da luta de classes devido às ações dos políticos da direita, vassalos do poder econômico, patronal e midiático.
A impunidade dos criminosos civis que participaram do esquema ditatorial de 1964 está diretamente ligada à impunidade que vemos hoje na sociedade brasileira.
A dita elite, que recebe o insofismável apoio do oligopólio da Grande Mídia para divulgar suas ações e para fazer o povo seguir o rumo que ela deseja, não teme as leis e se locupleta da impunidade, enquanto a maioria da população continua a esperar pela verdade e por dias melhores.
Os ataques contra as instituições e contra a Carta Magna continuam.
Claro, muitos setores das nossas Forças Armadas conspiraram para derrubar o governo legítimo de João Goulart em 1964. E muito militar da mais alta hierarquia colocou armas nas ruas para concatenar e tornar realidade o golpe. Claro, muitos militares se prestaram a “trabalhar sujo”, reprimindo, matando, ocultando cadáveres, torturando. Mas não estavam sozinhos. Foram financiados por empresários civis, porque para manter todo aquele aparato de repressão era preciso dinheiro.
Mas a Grande Mídia montou a versão final e esta acabou por se firmar na cabeça do povo brasileiro: foram os militares. A Grande Mídia esqueceu-se de citar os banqueiros, os grandes industriais, os latifundiários, o grande capital internacional, o governo dos EUA, os oligopólios comerciais.
A Grande Mídia montou a versão que lhe servia. Esqueceu de citar os civis e que até grandes industriais atuavam como torturadores. Com os militares no poder, um determinado conjunto de civis começou a se aproveitar do esquema ditatorial e a alimentar cada vez mais a continuidade dele para se locupletar financeiramente. O maior setor a apoiar tudo isso foi o do grande oligopólio brasileiro da comunicação. Ocultou de todas as formas possíveis os verdadeiros fatos ocorridos.
No fim da ditadura, resolveu colocar apenas os militares como os responsáveis. Após o fim desse esquema ditatorial a Grande Mídia articulou-se nos bastidores para participar da nova festa. Ela e os empresários que financiaram o golpe e a ditadura, após a retomada do governo pelos civis transformaram os militares em "bois de piranha".
Por que não citam os nomes dos grandes industriais, dos grandes banqueiros, dos políticos civis que hoje se dizem democratas de estirpe e contrários ao golpe?
A nossa Grande Mídia tem personalidade incomum. É transformista. No período do golpe militar de 1º de abril de 1964, mostrou-se adequada e conivente. E ao lado de empresários e monopólios poderosos mostrou sua cara.
Vejamos como os grandes jornais do Brasil, falavam do golpe civil/militar na época em que ocorreu:
O Globo (RJ) - “(...) o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. (...) Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente.
Jornal do Brasil (RJ) - “Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”. (1º de abril).
O Estado de Minas (MG) - “Multidões em júbilo na Praça da Liberdade. Ovacionados o governador do estado e chefes militares. O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade”.
O Dia (RJ) - “A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”.
Tribuna da Imprensa (RJ) - “Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou, o sr. João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu”.
O Povo (CE) - “Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser pelo bem do Brasil” (3 de abril).
O Cruzeiro (RJ) - “Uma razzia de sangue vermelha como eles, atravessaria o Brasil de ponta a ponta, liquidando os últimos soldados da democracia, os últimos paisanos da liberdade” (revista semanal – 10 de abril).
Infelizmente, é fato incontestável que o oligopólio brasileiro da comunicação desvirtua a verdade na maior parte das ocasiões. Essa foi uma delas, destacando-se o caráter de classes do golpe de abril de 1964.
Na verdade, os direitistas - mídia, empresariado, latifúndio, ianques – foram os principais artífices do golpe. Ainda hoje, neste século 21 continuamos a sofrer na pele imensas dificuldades no caso da luta de classes devido às ações dos políticos da direita, vassalos do poder econômico, patronal e midiático.
A impunidade dos criminosos civis que participaram do esquema ditatorial de 1964 está diretamente ligada à impunidade que vemos hoje na sociedade brasileira.
A dita elite, que recebe o insofismável apoio do oligopólio da Grande Mídia para divulgar suas ações e para fazer o povo seguir o rumo que ela deseja, não teme as leis e se locupleta da impunidade, enquanto a maioria da população continua a esperar pela verdade e por dias melhores.
Os ataques contra as instituições e contra a Carta Magna continuam.
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