Texto de Sylvia Motta – Poeta - Cabo Frio/RJ
publicado no HUMANITAS nº 5 –
Dezembro/2012
Não é a forma, nem as normas, nem o requinte que
transformam Palavra em Poesia, mas também não decorrem destas características a
sua prisão...
A Poesia, entendida como Arte, é sempre livre! Quem se
massacra é o próprio ser que se diz poeta, quando desfeito à vaidade ou à
hipocrisia, ou ao simples medo de transcender seus limites. Não obstante, às
vezes, pseudos leitores/ouvintes também se destroem como pensadores
críticos. Preconceituosos, ali estancam,
não encontrando nenhuma senda à penetração.
Maltrata-se a palavra e a essência quando, particularmente,
permite-se a morte dos próprios sonhos ou o assassínio dos sonhos alheios.
Nesses momentos, não houvessem regras a serem cumpridas
pela sociedade e estabelecidas pelo Direito, muitos desvarios quedariam
impunes.
Esse mal ocorre em
todas as áreas, pois aprisionam-se e desrespeitam-se, para além das palavras,
as telas, as violas, os sonhos, as vidas...
Quando se apercebe rejeitada, entrega-se a Palavra à força
dos ventos, que lhe carregam as ricas interpretações, depositando-as
carinhosamente sob outro olhar.
Portanto, segue em
frente - altiva e verdadeira - e leva consigo a Poesia... porque sendo filha da
Palavra - esta imortal - também o é aquela!
A liberdade do Poeta transcende quaisquer regras formais
literárias. Ultrapassa até a violência empregada por ditadores que, em
determinadas épocas, deflagraram a censura.
Sucumbisse a inspiração poética ao poder dominante, jamais
conheceríamos obras tão belas, eloquentes e essenciais, que nos servem de
lições até o presente.
Nem a forma, nem as normas e nem o requinte acorrentam a
Poesia... é o próprio poeta ou o olhar e a mente de quem o lê que se tornam
prisioneiros de si mesmos.
Para
sentir a liberdade da Poesia é preciso enxergá-la através da alma e escutá-la
pelas vias do coração
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