Texto
publicado no HUMANITAS n° 8 – Março/2013
O “Povo dos Arrecifes dos Navios” cresceu e transformou um simples vilarejo portuário em grande e densa metrópole
O “Povo dos Arrecifes dos Navios” cresceu e transformou um simples vilarejo portuário em grande e densa metrópole
Pois é do sonho dos homens que
uma cidade se inventa. Carlos
Pena Filho
“As
cinquenta léguas de terra desta capitania se contêm do rio de São Francisco (…)
até o rio de Igaraçu (…) e chama-se de Pernambuco, que quer dizer mar furado,
por respeito de uma pedra furada por onde o mar entra, a qual está vindo da
ilha de Tamará. E também se poderá assim chamar por respeito do porto principal
desta capitania, que é o mais nomeado e frequentado de navios que todos os mais
do Brasil, ao qual se entra pela boca de um recife de pedra tão estreita que
não cabe mais de uma nau enfiada após outra e entrando desta barra ou recife
para dentro, fica logo ali um poço ou surgidouro, onde vêm acabar de carregar
as naus grandes, e nadam as pequenas carregadas de cem toneladas ou pouco mais,
para o que está ali uma povoação de duzentos vizinhos com uma freguesia do
Corpo Santo, de quem são os mareantes mui devotos, e muitas vendas e tabernas e
os passos de açúcar, que são umas lógeas grandes onde se recolhem os caixões
até se embarcarem nos navios. Esta povoação, que se chama do Recife, está em
oito graus, uma légua da vila de Olinda, cabeça desta capitania, aonde se vai
por mar e por terra(...)” Frei Vicente do Salvador – História
do Brasil (1500/1627).
Palavras testemunhais de uma época, mostrando como era o Recife logo após o descobrimento da terra brasileira. Hoje, 476 anos depois, a cidade cresceu, renovou-se, ganhou mais terras e habitantes, enfeiou-se, embelezou-se, inchou. Este é um processo de mudanças e permanências. O Recife mudou gradualmente de cara desde março de 1537 até hoje. Ganhou novos caracteres e novos espaços.
As culturas étnicas foram construídas às margens dos rios que banham a cidade e esta continua a manter forte diálogo com seu passado recente. O Recife e seus cidadãos, dentro desse contexto, devem ser vistos de tal maneira que as definições históricas não fiquem limitadas às imposições de uma elite minoritária. Cidade de passado revolucionário, o Recife e seus habitantes podem e devem se comprometer mais com o futuro.
Como todas as metrópoles do mundo, o Recife cresce. E esse crescimento mostra conflitos entre o antigo e o moderno e, mais ainda, nas relações entre cidadãos e o poder público. O discurso modernizante nem sempre mostra qualidade a ser trazida para seus cidadãos - os verdadeiros habitantes do espaço urbano. Miséria e desigualdade sociais estão presentes e a especulação imobiliária piora ainda mais a situação. Mudanças urgem! Um novo mapa da cidade - onde o povo ganhe mais presença e autonomia - precisa ser desenhado.
Desde os anos da fatídica ditadura militar os gestores que passaram pelo Recife priorizaram o moderno (onde se embute um elevado Imposto Territorial Urbano – IPTU), desprezando a preservação de nossa memória histórica, como ainda hoje o fazem, quando fornecem apoio logístico aos especuladores imobiliários. Transformam a face da cidade em nome do avanço tecnológico sem respeitar a História e as necessidades básicas da população. Mudar é preciso, mas tem-se que preservar a qualidade de vida e respeitar os anseios do povo.
Palavras testemunhais de uma época, mostrando como era o Recife logo após o descobrimento da terra brasileira. Hoje, 476 anos depois, a cidade cresceu, renovou-se, ganhou mais terras e habitantes, enfeiou-se, embelezou-se, inchou. Este é um processo de mudanças e permanências. O Recife mudou gradualmente de cara desde março de 1537 até hoje. Ganhou novos caracteres e novos espaços.
As culturas étnicas foram construídas às margens dos rios que banham a cidade e esta continua a manter forte diálogo com seu passado recente. O Recife e seus cidadãos, dentro desse contexto, devem ser vistos de tal maneira que as definições históricas não fiquem limitadas às imposições de uma elite minoritária. Cidade de passado revolucionário, o Recife e seus habitantes podem e devem se comprometer mais com o futuro.
Como todas as metrópoles do mundo, o Recife cresce. E esse crescimento mostra conflitos entre o antigo e o moderno e, mais ainda, nas relações entre cidadãos e o poder público. O discurso modernizante nem sempre mostra qualidade a ser trazida para seus cidadãos - os verdadeiros habitantes do espaço urbano. Miséria e desigualdade sociais estão presentes e a especulação imobiliária piora ainda mais a situação. Mudanças urgem! Um novo mapa da cidade - onde o povo ganhe mais presença e autonomia - precisa ser desenhado.
Desde os anos da fatídica ditadura militar os gestores que passaram pelo Recife priorizaram o moderno (onde se embute um elevado Imposto Territorial Urbano – IPTU), desprezando a preservação de nossa memória histórica, como ainda hoje o fazem, quando fornecem apoio logístico aos especuladores imobiliários. Transformam a face da cidade em nome do avanço tecnológico sem respeitar a História e as necessidades básicas da população. Mudar é preciso, mas tem-se que preservar a qualidade de vida e respeitar os anseios do povo.
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