Editorial
do Humanitas nº 03 – outubro/2012
A Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura divulgou, em 2011, que
o Brasil, no que tange à educação, está a ocupar o 80º lugar em uma lista de 129
países. Fica atrás de países como o Paraguai, a Venezuela e Argentina, além do
Kwait, Azerbaijão, Panamá e outros. O Relatório de Monitoramento Global de
Educação para Todos foi lançado pela instituição no dia 25 de novembro do ano
passado, em Genebra.
Nenhuma
novidade. Em nosso país a educação nunca foi colocada como prioridade, ao
contrário de muitas outras nações. Na realidade, por mais que existam pessoas
interessadas em mudar esse fato, mais de 500 anos de história provam nosso
relaxamento educacional.
Existe quem
possa ser considerado culpado por isso. Em termos populares, o cão segue o dono
para onde ele vai. O povo brasileiro segue seus políticos e legisladores para
onde eles vão. E até aceita de mão beijada os paternalismos e as politicagens e
as benesses. Educação não é coisa para político algum gostar. Eles sabem que
povo educado vai aprender a dizer não. Vai aprender a contestar.
Pelo visto
nosso horizonte cultural vai permanecer escuro por muito tempo. Se os
governantes do Brasil nunca colocaram a educação como prioridade pública, claro
que o nosso resultado, hoje, não será igual ao dos países que priorizam a
educação há mais de 300 anos. Lastimável. E até que os estudantes de hoje,
motivados por canais televisivos e por falsificações de culturas, tentam
mostrar serviço!
Serviço
péssimo para uma grande maioria, e também ridículo para a imagem do país no
horizonte internacional. Senão, três pérolas colocadas numa prova de redação do
Enem, cujo título foi Aquecimento
Global. “Tem que destruir os
destruidores porque o destruimento salva a floresta”. “A floresta amazônica
está cheia de animais extintos. “A principal vítima do desmatamento é a vida
ecológica”.
Muitas
outras pérolas foram apresentadas. Não dá para citá-las todas neste exíguo
espaço. De quem é a culpa disso? A culpa vem de nossa história colonial, quando
as correntes lusitanas junto com a Igreja Católica impediam o homem comum de
possuir conhecimento. E tudo isso continuou no Império brasileiro e após o
golpe de Estado que proclamou a República. E até hoje permanece!
Povo
educado e culto é perigoso! Deve ser mantido na linha com pão e circo.
Carnaval, seitas religiosas e jogos de futebol servem muito bem para manipular
o povo e educá-lo visando à perpetuação do poder constituído. Essa história é
velha e dificilmente será mudada.
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