Texto de Genésio Alves Linhares Filho – Professor MS – Recife/PE
publicado no HUMANITAS nº 9 – Abril/2013
Os ideais anarquistas partem do princípio de que é possível viverem sociedade sem a presença do estado e da religião
Os ideais anarquistas partem do princípio de que é possível viverem sociedade sem a presença do estado e da religião
Muito se tem discutido sobre a péssima qualidade da educação
brasileira. Não é para menos. Vemos os péssimos resultados nas universidades e
faculdades. Os alunos que nelas chegam deixam muito a desejar tanto em termos
de falta de domínio da própria língua como nos baixos níveis de cultura
formativa em geral. Assim, a pergunta sobre que melhor modelo educacional
poderíamos aplicar em nosso país para realmente vermos os nossos filhos
alcançarem níveis de qualidade de educação, formação e cultura tem sido
bastante emblemática para todos que estão preocupados com o futuro de nossa
nação exatamente no tocante a essa realidade.
Escrevemos no nº 4 do Humanitas do mês de novembro/2012 a respeito do significado de paideia. Nesta presente publicação procuraremos demonstrar que a paideia anarquista, dentre tantos modelos já experimentados em nosso território, mas sem grandes sucessos, parece ser um dos melhores modelos a ser perseguido e implantado, uma vez que está baseado na liberdade individual e respeito às liberdades individuais dos outros, sem repressões, sem censuras e castigos, buscando a promoção dos valores humanos e filosóficos sem o peso da presença do estado, da religião, de qualquer tipo de postura dogmática e de autoridade imposta. Tal modelo é conhecido como Educação Libertária.
Os ideais anarquistas partem do princípio de que é possível viver em sociedade sem a presença do estado e da religião. No entanto, como aplicar o seu modelo dentro de uma sociedade onde o estado é uma instituição tão forte e representante direta dos interesses do sistema capitalista neoliberal e globalizante, e que não vem oferecendo sinais de desaparecimento?
Vejamos a proposta dos ideais anarquistas para a educação.
De acordo com Clovis Nicanor Kassik (Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL), na introdução de seu artigo Pedagogia Libertária na História da Educação Brasileira (Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.32, p.136-149, dez.2008. p. 137): “A história oficial da pedagogia se fez omissa em relação à contribuição do Pensamento Pedagógico Libertário. No entanto, apesar das dificuldades enfrentadas, experiências educacionais em bases libertárias se desenvolveram em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, e elas foram importantes pelo vínculo com o movimento operário e com o seu fortalecimento, principalmente no final do século XIX e início do XX”.
E mais: Os novos métodos de ensino propostos e implantados pela Escola Moderna tinham por base o respeito à liberdade, à individualidade, à expressão e ao pensar da criança. Esta metodologia seguia os princípios da co-educação de sexos, coeducação de classes, do ensino racional, antiautoritário e integral e a formação do ser moral”.
O fato de o Brasil já ter vivenciado, em alguns lugares, mesmo que de forma tímida, a experiência desta pedagogia é muito positivo e incentivador para pensarmos em retomar essa experiência, agora, em termos nacionais. Os anarquistas pretendem acabar com qualquer tipo de hierarquia e dirigentes que representem a presença do estado e desejam uma nova forma de organização social: a autogestão.
Ela consiste na prática educativa autogerida, onde o controle e responsabilidade estão nas mãos dos agentes e grupos educadores e também dos educandos. Ela supõe a criação de espaços educacionais como escolas, ateneu etc. Estimula o autodidatismo, técnicas de investigação e trabalho grupal, visando à autonomia e independência principalmente do estado e de toda e qualquer autoridade impositiva.
O objetivo fundamental da educação anarquista e libertária é fomentar o desenvolvimento da inteligência, consolidação do caráter e promover a moral baseada na solidariedade para que a criança torne-se uma pessoa livre e de formação completa, consciente do que estudou e refletiu.
Esta educação integral tem bases no iluminismo materialista da Revolução Francesa, onde todos têm igualdade de oportunidades, respeito aos demais e direito de desenvolver suas potencialidades físicas e intelectuais, uma vez que o iluminismo visa ao ser humano como um ser total. Só assim, poder-se-á construir uma nova sociedade livre.
Livre de todo e qualquer poder - estatal, religioso e institucional - que venha oprimir, diminuir e tutelar o ser humano, impedindo o seu crescimento e evolução plenos. (Baseado no artigo a proposta sociopolítica da pedagogia libertária - De Francisco José Cuevas Noa - Pedagogo, Universidad de Sevilla).
O desafio para implantar tal modelo de educação dentro da atual realidade brasileira é muito grande, mas para alguns teóricos defensores deste paradigma anarquista, a saída é encontrar “brechas” dentro do ensino público e mais ainda, criar escolas autônomas e que não dependam em nada do estado ou da religião. Estas alternativas não são a resolução ideal para podermos implantar a educação libertária, mas significam grandes passos. E, juntando estes passos com a divulgação, disseminação, reflexão e análise dessas ideias, iremos começar um movimento de maior conscientização entre as pessoas em direção da hegemonia desta paideia revolucionária e libertadora para escrever um futuro melhor e inovador em nosso país.
Escrevemos no nº 4 do Humanitas do mês de novembro/2012 a respeito do significado de paideia. Nesta presente publicação procuraremos demonstrar que a paideia anarquista, dentre tantos modelos já experimentados em nosso território, mas sem grandes sucessos, parece ser um dos melhores modelos a ser perseguido e implantado, uma vez que está baseado na liberdade individual e respeito às liberdades individuais dos outros, sem repressões, sem censuras e castigos, buscando a promoção dos valores humanos e filosóficos sem o peso da presença do estado, da religião, de qualquer tipo de postura dogmática e de autoridade imposta. Tal modelo é conhecido como Educação Libertária.
Os ideais anarquistas partem do princípio de que é possível viver em sociedade sem a presença do estado e da religião. No entanto, como aplicar o seu modelo dentro de uma sociedade onde o estado é uma instituição tão forte e representante direta dos interesses do sistema capitalista neoliberal e globalizante, e que não vem oferecendo sinais de desaparecimento?
Vejamos a proposta dos ideais anarquistas para a educação.
De acordo com Clovis Nicanor Kassik (Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL), na introdução de seu artigo Pedagogia Libertária na História da Educação Brasileira (Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.32, p.136-149, dez.2008. p. 137): “A história oficial da pedagogia se fez omissa em relação à contribuição do Pensamento Pedagógico Libertário. No entanto, apesar das dificuldades enfrentadas, experiências educacionais em bases libertárias se desenvolveram em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, e elas foram importantes pelo vínculo com o movimento operário e com o seu fortalecimento, principalmente no final do século XIX e início do XX”.
E mais: Os novos métodos de ensino propostos e implantados pela Escola Moderna tinham por base o respeito à liberdade, à individualidade, à expressão e ao pensar da criança. Esta metodologia seguia os princípios da co-educação de sexos, coeducação de classes, do ensino racional, antiautoritário e integral e a formação do ser moral”.
O fato de o Brasil já ter vivenciado, em alguns lugares, mesmo que de forma tímida, a experiência desta pedagogia é muito positivo e incentivador para pensarmos em retomar essa experiência, agora, em termos nacionais. Os anarquistas pretendem acabar com qualquer tipo de hierarquia e dirigentes que representem a presença do estado e desejam uma nova forma de organização social: a autogestão.
Ela consiste na prática educativa autogerida, onde o controle e responsabilidade estão nas mãos dos agentes e grupos educadores e também dos educandos. Ela supõe a criação de espaços educacionais como escolas, ateneu etc. Estimula o autodidatismo, técnicas de investigação e trabalho grupal, visando à autonomia e independência principalmente do estado e de toda e qualquer autoridade impositiva.
O objetivo fundamental da educação anarquista e libertária é fomentar o desenvolvimento da inteligência, consolidação do caráter e promover a moral baseada na solidariedade para que a criança torne-se uma pessoa livre e de formação completa, consciente do que estudou e refletiu.
Esta educação integral tem bases no iluminismo materialista da Revolução Francesa, onde todos têm igualdade de oportunidades, respeito aos demais e direito de desenvolver suas potencialidades físicas e intelectuais, uma vez que o iluminismo visa ao ser humano como um ser total. Só assim, poder-se-á construir uma nova sociedade livre.
Livre de todo e qualquer poder - estatal, religioso e institucional - que venha oprimir, diminuir e tutelar o ser humano, impedindo o seu crescimento e evolução plenos. (Baseado no artigo a proposta sociopolítica da pedagogia libertária - De Francisco José Cuevas Noa - Pedagogo, Universidad de Sevilla).
O desafio para implantar tal modelo de educação dentro da atual realidade brasileira é muito grande, mas para alguns teóricos defensores deste paradigma anarquista, a saída é encontrar “brechas” dentro do ensino público e mais ainda, criar escolas autônomas e que não dependam em nada do estado ou da religião. Estas alternativas não são a resolução ideal para podermos implantar a educação libertária, mas significam grandes passos. E, juntando estes passos com a divulgação, disseminação, reflexão e análise dessas ideias, iremos começar um movimento de maior conscientização entre as pessoas em direção da hegemonia desta paideia revolucionária e libertadora para escrever um futuro melhor e inovador em nosso país.
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