Texto de Ana Maria Leandro - Escritora
e Consultora Organizacional – Belo Horizonte/MG - Publicado no HUMANITAS nº 04 –
Novembro/2012
Só evoluímos quando temos a coragem de olhar para dentro
de nós mesmos. Se não sair à cata da alma, o segredo do negócio
estará perdido.
A inversão na conhecida frase “o segredo é a alma
do negócio” nesta titulação não foi criada por mim. Ouvi-a certa vez em um
programa de treinamento desenvolvido por eminentes especialistas da área de
recursos humanos e nunca mais a esqueci.
A queixa mais comum do mundo empresarial refere-se ao aspecto das resistências a mudanças apresentadas por colaboradores. É comum se ouvir empresários dizerem, que investem em treinamento, mas que não adianta, o pessoal continua o mesmo.
A pergunta que se deve fazer é: “e eles, mudaram em alguma coisa após treinamentos? Ou nem mesmo os frequentaram?” Este “não frequentar” costuma ter duas justificativas: a primeira é que infelizmente eles não têm tempo para participar do treinamento. Ou seja, têm mais o que fazer, do que permanecer numa sala de treinamento.
E a segunda, a mais grave no meu entender, que nem sempre é dita, mas fica claro que é assim que pensam: “eles não precisam de treinamento; já sabem tudo”. Em suas onipotências, consideram que seus colaboradores sim, é que precisam promover mudanças em si mesmo. Se alguma coisa não vai bem é claro que a culpa é deles.
Nesse quadro, sempre em atividades relacionadas ao desenvolvimento humano, por vezes encontrei empregados de tal forma impermeáveis a novas propostas, que deixei de lado o conteúdo principal do programa e comecei primeiro a procurar a alma do grupo. Como poderiam eles acreditar na proposta, se nem mesmo o responsável superior da empresa acreditava?
Algo me dizia que antes desse encontro, tentar treinar quase se assimilaria a mecânicos adestramentos, cansativos e sem possibilidades de ultrapassar as portas das salas de instruções.
Empregados que atuam com motivação e o famoso sopro da alma relembram sempre a velha história dos construtores de catedrais e não de meros quebradores de pedras. Nestes casos, o envolvimento e a disponibilidade para o novo são naturais. A impermeabilidade é frequente nas organizações frias, onde as ações obedecem a rigorosas hierarquias verticalizadas. Sempre me lembro de um corpo sem vida quando as vejo. Isentos de alma, aparentam uma ordem irreal. As coisas estão no lugar, mas não há aura. E via de regra o que se vê é muito choro em volta.
O choro neste caso se manifesta de formas bem característica: empregados desinteressados pelos objetivos da empresa, isto quando os conhecem; culpando-se mutuamente pelos insucessos; angustiados com as tardes de domingo, que prenunciam o castigo do retorno ao trabalho; e sonhando com o dia em que poderão dizer “chega” ao chefe.
Como este dia não chega eles vão aguentando; emprego lá fora está difícil, melhor aguentar. E não há dúvida de que este aguentar é prejuízo certo para a empresa, por consequência inevitável de uma baixa produtividade e principalmente baixa qualidade.
Por outro lado executivos estressados, com total impaciência de tentar inovações, porque acham que já tentaram de tudo, e à beira de um colapso nervoso ou ataque cardíaco, tentam também aguentar até a aposentadoria. Eis um quadro típico de um negócio sem alma. A alma é na realidade uma “essência impalpável humana”. E este nome não é em vão.
Criador é aquele que cria. É o nosso poder inventivo, criativo, que nos faz essenciais à construção e enfrentamento aberto do “novo”... Ou seja, de uma “nova vida” que se refaz no aprimoramento da essência.
O ser humano não foi feito para estagnar-se, mas para evoluir. Quando se fecha num processo, que lhe tira as possibilidades de pensar e se torna mero cumpridor de ordens, perde esta característica humana de essência, célula fundamental.
A alma é o lado evolutivo da espécie humana. Qualquer nome que se queira dar a isto, seja energia, mente racional, essência, alma ou qualquer cognome, há apenas uma verdade inevitável: só promovemos mudanças em nós mesmos, ou seja, só evoluímos quando temos a coragem de olhar para dentro de nós mesmos. De nossa essência”. Diríamos que este olhar para si mesmo, significa ter a coragem de enfrentar uma avaliação tanto pessoal, para dentro de si, quanto sistêmica, para o seu entorno.
Não basta investir em treinamentos operacionais ou de comportamento, para a cura desta síndrome. Se a empresa não buscar o aperfeiçoamento humano de seu pessoal, através de processos que coloquem o empregado frente a frente consigo mesmo, dificilmente superará suas dificuldades de resultados. Se não sair à cata da alma, o segredo do negócio estará perdido.
A queixa mais comum do mundo empresarial refere-se ao aspecto das resistências a mudanças apresentadas por colaboradores. É comum se ouvir empresários dizerem, que investem em treinamento, mas que não adianta, o pessoal continua o mesmo.
A pergunta que se deve fazer é: “e eles, mudaram em alguma coisa após treinamentos? Ou nem mesmo os frequentaram?” Este “não frequentar” costuma ter duas justificativas: a primeira é que infelizmente eles não têm tempo para participar do treinamento. Ou seja, têm mais o que fazer, do que permanecer numa sala de treinamento.
E a segunda, a mais grave no meu entender, que nem sempre é dita, mas fica claro que é assim que pensam: “eles não precisam de treinamento; já sabem tudo”. Em suas onipotências, consideram que seus colaboradores sim, é que precisam promover mudanças em si mesmo. Se alguma coisa não vai bem é claro que a culpa é deles.
Nesse quadro, sempre em atividades relacionadas ao desenvolvimento humano, por vezes encontrei empregados de tal forma impermeáveis a novas propostas, que deixei de lado o conteúdo principal do programa e comecei primeiro a procurar a alma do grupo. Como poderiam eles acreditar na proposta, se nem mesmo o responsável superior da empresa acreditava?
Algo me dizia que antes desse encontro, tentar treinar quase se assimilaria a mecânicos adestramentos, cansativos e sem possibilidades de ultrapassar as portas das salas de instruções.
Empregados que atuam com motivação e o famoso sopro da alma relembram sempre a velha história dos construtores de catedrais e não de meros quebradores de pedras. Nestes casos, o envolvimento e a disponibilidade para o novo são naturais. A impermeabilidade é frequente nas organizações frias, onde as ações obedecem a rigorosas hierarquias verticalizadas. Sempre me lembro de um corpo sem vida quando as vejo. Isentos de alma, aparentam uma ordem irreal. As coisas estão no lugar, mas não há aura. E via de regra o que se vê é muito choro em volta.
O choro neste caso se manifesta de formas bem característica: empregados desinteressados pelos objetivos da empresa, isto quando os conhecem; culpando-se mutuamente pelos insucessos; angustiados com as tardes de domingo, que prenunciam o castigo do retorno ao trabalho; e sonhando com o dia em que poderão dizer “chega” ao chefe.
Como este dia não chega eles vão aguentando; emprego lá fora está difícil, melhor aguentar. E não há dúvida de que este aguentar é prejuízo certo para a empresa, por consequência inevitável de uma baixa produtividade e principalmente baixa qualidade.
Por outro lado executivos estressados, com total impaciência de tentar inovações, porque acham que já tentaram de tudo, e à beira de um colapso nervoso ou ataque cardíaco, tentam também aguentar até a aposentadoria. Eis um quadro típico de um negócio sem alma. A alma é na realidade uma “essência impalpável humana”. E este nome não é em vão.
Criador é aquele que cria. É o nosso poder inventivo, criativo, que nos faz essenciais à construção e enfrentamento aberto do “novo”... Ou seja, de uma “nova vida” que se refaz no aprimoramento da essência.
O ser humano não foi feito para estagnar-se, mas para evoluir. Quando se fecha num processo, que lhe tira as possibilidades de pensar e se torna mero cumpridor de ordens, perde esta característica humana de essência, célula fundamental.
A alma é o lado evolutivo da espécie humana. Qualquer nome que se queira dar a isto, seja energia, mente racional, essência, alma ou qualquer cognome, há apenas uma verdade inevitável: só promovemos mudanças em nós mesmos, ou seja, só evoluímos quando temos a coragem de olhar para dentro de nós mesmos. De nossa essência”. Diríamos que este olhar para si mesmo, significa ter a coragem de enfrentar uma avaliação tanto pessoal, para dentro de si, quanto sistêmica, para o seu entorno.
Não basta investir em treinamentos operacionais ou de comportamento, para a cura desta síndrome. Se a empresa não buscar o aperfeiçoamento humano de seu pessoal, através de processos que coloquem o empregado frente a frente consigo mesmo, dificilmente superará suas dificuldades de resultados. Se não sair à cata da alma, o segredo do negócio estará perdido.
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Adaptado da obra “Avaliação
de Desempenho – Um Programa Sem Medos” - Leandro, M. Ana/Editora
WAK/RJ/Brasil/2008.
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