Texto de Celso Lungaretti – Jornalista – São Paulo/SP
publicado no HUMANITAS nº 5 - Dezembro/2012
Primeiro
vieram os alertas de que as alterações climáticas convulsionariam o planeta,
ameaçando a própria sobrevivência da espécie humana. Depois, os que lucram com
as práticas causadoras do aquecimento global e da dilapidação de recursos
essenciais para continuarmos a existir, contra-atacaram com uma verdadeira
blitzkrieg de propaganda enganosa.
No capitalismo todos se vendem, até cientistas. Então não foi difícil encontrar quem preferisse um bom saldo bancário do que boas perspectivas para os pósteros. É a velha história do "eu não me chamo Raimundo". Mesmo quando "foda-se o mundo!" deixou de ser gracejo, tornando-se possibilidade concreta.
Veio Fukushima e poucos notaram que as inundações e terremotos causados pelos distúrbios do clima poderão ter efeito semelhante em qualquer usina nuclear do planeta. São bombas-relógio que armamos para nós mesmos. Passamos tanto tempo temendo que o fim do mundo viesse com as superpotências iniciando uma guerra atômica e não nos damos conta que a radiação poderá se abater sobre nós... por acaso.
Mas os grandes poluidores e os grandes devastadores continuam auferindo grandes lucros. Já as chances de haver um século 22 deixaram de ser grandes e diminuem cada vez mais.
Eis um novo alerta, desta vez do colunista Marcelo Leite, da Folha de S. Paulo. Faz lembrar um filme agourento do mestre Robert Altman, Quinteto (1979), sobre os estertores da humanidade sob uma nova Era Glacial. Leiam e reflitam:
"... o oceano Ártico alcançou um recorde notado por pouca gente. A calota de gelo que flutua sobre ele, na região do polo Norte, encolheu para a menor área já registrada: 3,4 milhões de km² (para comparar, o território do Brasil tem 8,5 milhões de km²).
...são fortes os indícios (...) de uma tendência para sobrar cada vez menos gelo. Essa tendência foi prevista por sucessivos relatórios do vilipendiado Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, nos quais se apontava que o aquecimento global seria mais rápido e intenso no hemisfério Norte. Só que as projeções do IPCC indicavam um Ártico livre de gelo no verão ali por 2100, e agora parece cada vez mais provável que esse evento descomunal ocorra já nesta década.
Por trás da aparente aceleração estaria o 'feedback positivo' temido por climatologistas, ou seja, uma tendência que se realimenta de si própria -uma reação em cadeia.
Menos gelo significa uma área menor de superfície branca para refletir a luz do sol, radiação que passa a ser absorvida pela água escura. Mais quente, o oceano forma menos gelo, e assim por diante.
No capitalismo todos se vendem, até cientistas. Então não foi difícil encontrar quem preferisse um bom saldo bancário do que boas perspectivas para os pósteros. É a velha história do "eu não me chamo Raimundo". Mesmo quando "foda-se o mundo!" deixou de ser gracejo, tornando-se possibilidade concreta.
Veio Fukushima e poucos notaram que as inundações e terremotos causados pelos distúrbios do clima poderão ter efeito semelhante em qualquer usina nuclear do planeta. São bombas-relógio que armamos para nós mesmos. Passamos tanto tempo temendo que o fim do mundo viesse com as superpotências iniciando uma guerra atômica e não nos damos conta que a radiação poderá se abater sobre nós... por acaso.
Mas os grandes poluidores e os grandes devastadores continuam auferindo grandes lucros. Já as chances de haver um século 22 deixaram de ser grandes e diminuem cada vez mais.
Eis um novo alerta, desta vez do colunista Marcelo Leite, da Folha de S. Paulo. Faz lembrar um filme agourento do mestre Robert Altman, Quinteto (1979), sobre os estertores da humanidade sob uma nova Era Glacial. Leiam e reflitam:
"... o oceano Ártico alcançou um recorde notado por pouca gente. A calota de gelo que flutua sobre ele, na região do polo Norte, encolheu para a menor área já registrada: 3,4 milhões de km² (para comparar, o território do Brasil tem 8,5 milhões de km²).
...são fortes os indícios (...) de uma tendência para sobrar cada vez menos gelo. Essa tendência foi prevista por sucessivos relatórios do vilipendiado Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, nos quais se apontava que o aquecimento global seria mais rápido e intenso no hemisfério Norte. Só que as projeções do IPCC indicavam um Ártico livre de gelo no verão ali por 2100, e agora parece cada vez mais provável que esse evento descomunal ocorra já nesta década.
Por trás da aparente aceleração estaria o 'feedback positivo' temido por climatologistas, ou seja, uma tendência que se realimenta de si própria -uma reação em cadeia.
Menos gelo significa uma área menor de superfície branca para refletir a luz do sol, radiação que passa a ser absorvida pela água escura. Mais quente, o oceano forma menos gelo, e assim por diante.
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